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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
Eram companheiros formidáveis, sempre cheios de alegria e bom-hu-
mor! Era, também, como sei, um excelente pai de família. Portanto,
além de intelectual respeitado, um homem reto, de princípios morais
sólidos.
Deixa para a posteridade um rico acervo cultural e um exemplo
de integridade, honestidade, bondade, cavalheirismo.
Constatar o quanto era querido bastava ver quantos o cercavam
no Café Galo e, hoje, a multidão que lotou o seu velório e seu enter-
ro. A despedia foi para todos que o amavam um momento único de
grande emoção.
Foi-se o homem, fica a sua herança e as marcas profundas que
deixou na cidade de Montes Claros e, quiçá, em todo o norte de Mi-
nas. Feliz da criatura, como ele, que pode apresentar-se, sem mácula,
diante do Pai-Criador.
Há muito, desde a morte de seu irmão, Fernando, que estava
prometendo a mim mesma visitá-lo. Mas, por uma série de motivos,
principalmente de saúde, fui adiando a visita. E eis que ele se vai sem
que eu pudesse, mais uma vez, dar-lhe um abraço e batermos aquele
papo tão gostoso. A morte não pode esperar. Ele estava de malas pron-
tas e mal sabia eu!... Perdão, meu amigo!
As cadeiras ocupadas por ele, em ambas as instituições citadas
acima, serão ocupadas por outros. Eu, porém, hesitaria muito antes de
fazê-lo, pois o peso de seu nome implica em grande responsabilidade.
Para mim, amigo, você foi único e, portanto, insubstituível.
Espero, de todos meu coração, podermos nos encontrar na eter-
nidade, assim como com tantos outros entes queridos!
Adeus, amigo! Obrigada por ter feito parte de minha vida! Você
pode ter a certeza de ter marcado profundamente a vida de muitos
com quem conviveu. Você foi um privilégio! E a lacuna que deixa é,
verdadeiramente, dolorosa.
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