Page 20 - Instituto Histórico Vol.VIII
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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
colheu a Colina de Tatuapara para construir o seu Castelo, em pe-
dras portuguesas, com diversos compartimentos. As suas paredes
de pedras são largas o que denuncia a importância da construção
para aquela época.
Sabe-se que o Castelo foi utilizado por muito tempo como
residência oficial dos D’Ávilas. Em virtude de sua posição privi-
legiada e estratégica, ele passou a ser usado como base militar,
cumprindo assim a nobre missão de enviar mensagens a longa
distância. Construída de maneira que lembra o estilo medieval, a
Casa da Torre foi edificada em três etapas, a saber: a primeira ini-
ciada em 1551 e concluída em 1640; a segunda de 1660 a 1676
e finalmente a terceira etapa de 1680 a 1716.
Quando conquistamos os primeiros cem metros de uma ín-
greme rampa, calçada de pedras sem nivelamento e avistamos
o grandioso Cruzeiro da Igreja de Nossa Senhora da Conceição,
num descampado plano e com vista para o mar, a nossa primeira
impressão era de que estávamos numa época bem fora da nos-
sa realidade. A lembrança dos colonizadores portugueses, dos
fazendeiros e dos criadores de gado na margem do rio São Fran-
cisco, dos mineradores e de todas as formas de entradas e ban-
deiras no solo do sertão brasileiro haveriam de iniciar naquele
momento.
Hoje o Castelo de Garcia D’Ávila, depois de 460 anos de
existência, está tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional, na condição de monumento histórico da mais alta im-
portância para a história da gente brasileira. Além da emoção de
conhecer de perto este suntuoso Castelo dos D’Ávilas, confessa-
mos com muito orgulho que a maior emoção ainda foi ver o nos-
so neto, Arthur Rodrigues Cotrim, com apenas três anos de idade,
correr animadamente em busca do Castelo como se ali estives-
sem guardadas todas as lembranças do mundo. Poucos sabem,
mas a Casa da Torre (Garcia D’Ávila) e a Casa da Ponte (Antônio
Guedes de Brito) foram de grande importância para a formação
histórica da cidade de Montes Claros.
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