Page 17 - Instituto Histórico Vol.VIII
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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
Sabe-se que o Dr. Douville foi fazer um atendimento médi-
co a um enfermo, numa fazenda perto do Rio São Francisco. Não
logrando êxito de cura, pois o paciente veio a falecer, a família
então lhe negou o pagamento de duzentos mil-réis, conforme ha-
via anteriormente combinado. O Dr. Douville insistiu em receber
o dinheiro, o que foi feito pelos herdeiros do morto. Entretanto,
quando ele desceu para embarcar numa canoa às margens do ve-
lho Chico, foi surpreendido por um jagunço a mando dos filhos
do finado fazendeiro, que o assassinou e ainda restituiu a quantia
paga e roubou-lhe todos os seus pertences.
Nas pesquisas que fizemos a respeito de Douville, entende-
mos que se tratava realmente do verdadeiro João Baptista Douvil-
le, pois há registros de sua passagem por aqui. Entretanto, encon-
tramos outros assinalamentos de que teria visitado a América do
Sul antes mesmo de sua viagem ao continente africano. Vejamos
o que diz a Enciclopédia Britânica de W. M. Jackson: “Douville
percorreu primeiro a Europa, a Ásia e a América do Sul, depois
dirigiu-se à África em 1827”, Se assim aconteceu, ele teria vindo
ao Brasil por duas oportunidades. A primeira vez antes de 1827
e a segunda vez em 1835, ano de sua morte. Nota-se que não
foi em 1836, como afirmou o pesquisador George Gardner. Ve-
jamos: “Em 1836 ele visitou Formigas e viveu algum tempo em
casa do vigário, fazendo-se passar como Dr. Douville”. Aliás, este
ano de 1836 foi a data da visita do pesquisador Gardner à cidade
de Montes Claros e não do Dr. Douville.
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