Page 103 - LIVRO EFEMERIDES
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WANDERLINO ARRUDA
               terra natal, homem ou mulher, tem muito de João Valle Maurício na
               palavra e na sutileza; muito de Konstantin no arregalo da anatomia,
               no desenhar das forças; muito de Crispim da Rocha no fazer humano
               de homem forte e inteligente; muito de Filomeno Ribeiro na sede
               do ter e do governar; muito de Plínio Ribeiro no misticismo, no
               gosto de idear, um ser e não ser da vida. Mulo é Darcy e é Mário
               Ribeiro, perseverantes, sempre determinados. É um romance
               cheio de tramas de Realismo e Nacionalismo, barroco talvez pelos
               contrastes hereditariamente marcados pelo destino, fruto do amor e
               do desamor sem peias, sem origem e sem destino, produto da terra
               e da carne, um pouco de todos nós, pequenas e grandiosas criaturas
               no sofrer e no gozar”.
                     Final da Ata redigida pela inesquecível Felicidade Tupinambá;
               “Finalizando a reunião, usou da palavra o Senhor Professor Dar-
               cy Ribeiro, que comovidamente agradeceu os elogios da oradora
               Raquel Veloso Mendonça e do presidente Wanderlino Arruda pela
               substanciosa apresentação do livro que classificou como a melhor até
               então apresentada”.  Ressaltou o autor Darcy Ribeiro que “O Mulo”
               fora lançado na semana anterior em evento da Universidade de São
               Paulo. Ficou mais feliz, entretanto, com a de Montes Claros, sua
               terra natal, sua e de seus contemporâneos.

                     Dezessete de abril, primeiro encontro acadêmico de 1982,
               sessão  solene  para  lançamento  do  livro “Hotel  Cachoeira  de  São
               Felix”, do cronista, poeta e romancista Ângelo Soares Neto. Apre-
               sentação pelo convidado, escritor Osmar Pinheiro, de Salvador-BA,
               amigo e colega bancário do Autor.

                     A parte artística ficou por conta da pianista Júnia de Melo
               Franco, com apresentação de vários números musicais: 1º – Ma-
               drigale- Simonetti; 2º - El dia que me quieras – Carlos Gardel; 3º
               - Abismos de Rosas – A. Navonino; 4º - Monólogo para Iuri e Mo-
               nólogo para Ciro, recitação de Raimundo Mendes; 5º - Intermezzo,
               Cavatina, La Cumparsita, Olhos Negros e Ave Maria, por Osmar
               Pinheiro e Nivaldo Maciel.
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