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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
Como o “seu” Pedro, o Presidente Juscelino também gostava de caçar.
Eram amigos. Em frente casa, um jardim com variadas espécies de
rosas e flores que Dona Arinha fazia questão cultivar e contemplar.
Outro “hobby”, ler os jornais numa cadeira na varanda da casa - local
de descanso e festa da família com os convidados.
No fundo da casa passava um canal de água que vinha do pé
da serra; água que tocava a imensa roda d’água do moinho, para con-
templar os peixinhos as crianças e namorados ficavam numa pinguela
de madeira .
Recordações : A ponte de pedra, o cruzeiro no alto da serra,
o cemitério, currais, bois, porcos, pássaros e a “mudinha” Bili, esta,
uma das zeladoras da casa de Dona Arinha. Até hoje sonho com o
movimento de pessoas naquele lugar. Todos os serviços de solda,
tornearia, trancas e dobradiças das cancelas, e manutenção engenho
eram feitos pelas mãos do meu pai Manoel e do meu avô “Seu Pon-
ciano” Tudo isso me traz muitas saudades.
Agora, tudo virou o Parque Estadual da Lapa Grande. Na es-
perança, ainda infantil, em 2012 cheguei a ir em Ouro Preto com
uma comitiva do IEF com o objetivo de acertar a condução dos pro-
jetos de restauração do casarão e das todas as unidades da Fazenda
Quebradas. Por vários momentos, citamos o nome de Dona Arinha,
pois, era a memória viva que iria orientar - por meio de fotos antigas e
testemunhos - os engenheiros e restauradores da Fundação de Arte de
Ouro Preto - FAOP . Mas... Até hoje nada foi feito e, a casa continua
um pardieiro.
Comentei acerca da restauração com meu colega de trabalho, o
Tininho Oliveira, que é sobrinho da Dona Arinha. Nisso ele me con-
fidenciou que a Dona Arinha estava louca para visitar as Quebradas,
o solicitei que a levasse depois da restauração, pois assim evitaríamos
que ela tivesse forte emoção, mas, Deus a levou no dia 16/09/2012
aos 95 anos.
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