Page 50 - Instituto Histórico Vol.VIII
P. 50
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
ófilo Martins de Freitas, na Malhada, hoje conhecido como bairro
Santos Reis.
Ruth Tupinambá Graça (1986) nos informa que, a família
do Coronel Casimiro Xavier de Mendonça, avô e pai de Pedro
Xavier Mendonça, residia na Praça da Matriz em um sobrado co-
lonial, que hoje pertence a família Mendes. A família Mendonça
era rica e muito respeitada, dona de muitos escravos. O casal
era muito religioso e faziam romarias a Bom Jesus da Lapa na
Bahia, anualmente, levando, além dos filhos, os escravos, amigos
e familiares. Eram famosas essas viagens feitas a cavalo durante
meses contando com muitas paradas as margens dos rios para o
descanso e muita oração. Essas experiências religiosas aliadas a
vivências na igreja da Matriz de Nossa Senhora e São José, forjou
a personalidade do menino Pedro Xavier Mendonça, que cresceu
tendo a Matriz como centro de todas as atenções da pequena
Montes Claros - MG. As festas religiosas, as novenas e procissões
eram rituais seguidos por todos. A praça da Matriz também era o
palco para o profano, pois era onde aconteciam as festas de agos-
to com as famosas cavalhadas, as serenatas, o circo. Pedro e seus
irmãos participavam de todos esses acontecimentos.
Ainda sobre a família de Pedro Xavier Mendonça, Ruth Tu-
pinambá Graça (1986) acrescenta, que o Coronel Casimiro Xa-
vier Mendonça era sistemático, protótipo do antigo patriarca, mas
sua casa era alegre, os filhos tocavam violão e se interessavam
pelas tradições, especialmente as folias. “Ele era festeiro. Foi o
principal organizador do grupo de pastorinhas que animavam
o período natalino. Todos são unânimes em afirmar que Pedro
Mendonça realizava os melhores ternos de pastorinhas da região.
A sua tradição é mantida até hoje no Conservatório Lorenzo Fer-
nandes” (JORNAL DOS SANTOS REIS, 1997, s.p.).
Há raros registros acerca de Pedro Xavier Mendonça, o que
demonstra possibilidades de trabalhos historiográficos focados ou
não em biografias coletivas, de acordo com a proposta da nova
história refletindo a história local. A história oral como metodo-
logia, disciplina, fonte e teoria também se configura como viabi-
50 51