Não olvides que permanecem hoje contigo as
sombras que trazes de ontem para a regeneração
do teu destino. Evidenciam-se, a cada passo,
impondo-te os problemas que te assaltam a marcha, propondo-te
aprimoramento e progresso, trabalho e melhoria. São
elas, quase sempre, o berço menos
feliz em que renasceste; o corpo enfermiço que
te
serve de residência;
o campo atormentado da consangüinidade incompreensiva,
em que experimentas angústias e
solidão; o posto social apagado e triste,
recomendando-te humildade; a esperança frustrada
em que recebes o desafio do recomeço; o carinho
recusado e envilecido pela deserção te
quantos te mereceram afetividade e confiança;
o esposo difícil;
a companheira enganada; os filhos que se desvairam
nos labirintos da ingratidão; os amigos que fogem;
o trabalho de sacrifício em desacordo com as
próprias aspirações, e sobretudo,
a insatisfação na própria
alma, denunciando os desajustes da consciência.
À frente de semelhantes sinais, unge-te de coragem
e escuda-te na paciência incansável, oferecendo
o
bem pelo mal, para que a luz vença a treva no
curso de teu caminho, porque, se a evolução
pede
esforço, a redenção exige renúncia
se quisermos fitar novamente o sol, de pensamento tranqüilo.
Lembra-te, pois, de que a dificuldade do agora é
a enquistação dos nossos erros no antes,
rogando entendimento e bondade para que a alegria e
a
vitória venham coroar-nos depois.
Emmanuel