Quanto
mais nos adentramos no conhecimento de nós mesmos,
mais se nos impõe a obrigação de
compreender e desculpar, na sustentação
do equilíbrio em nós e em torno de nós.
Daí a necessidade da convivência, em que
nos espelhamos uns aos outros, não para criticar-nos,
mas para entender-nos, através de bendita reciprocidade,
nos vários cursos de tolerância, em que
a vida nos situa, no clima da evolução
terrestre.
Assim é que, no educandário da existência,
aquele companheiro: que somente identifica o lado imperfeito
dos seus irmãos, sem observar-lhes a boa parte;
que jamais se vê disposto a esquecer as ofensas
de que haja sido objeto; que apenas se lembra dos adversários
com o propósito de arrasá-los, sem reconhecer-lhes
as dificuldades e os sofrimentos; que não analisa
as razões dos outros, a fixar-se unicamente nos
direitos que julga pertencer-lhes; que não se
enxerga passível de censura ou de advertência,
em momento algum; que se considera invulnerável
nas opiniões que emita ou na conduta que espose;
que não reconhece as próprias falhas e
vigia incessantemente as faltas alheias; que não
se dispões a pronunciar uma só frase de
consolação e esperança, em favor
dos caídos na penúria moral; que se utiliza
da verdade exclusivamente para ameaçar ou ferir..
Será
talvez de todos nós aquele que mais exija entendimento
e ternura, de vez que, desajustado na intolerância,
se mostra sempre desvalido de paz e necessitado de amor.
Emmanuel