Na
existência terrestre, surgem momentos tão
aflitivos em certas circunstâncias, que mais vale
dissolver as nossas reações na luz do
entendimento, ante o silêncio do coração
que expô-las verbalmente, traduzindo-as nos lábios,
sob a força do raciocínio.
Bastas vezes, semelhantes ocasiões decorrem de
provações particulares, na vida íntima,
como sejam:
a atitude impensada de pais queridos, antes os quais
não nos será lícito demonstrar
o mínimo desconsolo;
a ofensa de filhos bem-amados, a quem desejamos ofertar
unicamente proteção e ternura;
a hora de lágrimas de incompreensão de
que partilhamos, freqüentemente, perante a companheira
ou o companheiro com os quais tenhamos edificado a bênção
do lar;
o prejuízo que procede do associado de trabalho
ou de ideal, a cuja amizade empenhamos o coração;
o desapontamento que um amigo nos cause;
o menosprezo oriundo da indiferença de companheiros
que relacionávamos por tesouros de felicidade
no escrínio da vida;
a deserção dos seres queridos;
a extremada luta pela conquista da compreensão
naqueles com que respiramos o mesmo clima espiritual;
a dor que os entes amados nos impõem, quando
se fazem motivos de tumulto e tribulação
no campo de nossa própria casa...
Nessas horas de crise, em que tudo pareça conspirar
contra nós e em que a nossa própria palavra,
se for expressa, nada mais conseguirá que complicação
e mais luta para a vida dos outros, lembremo-nos de
que todos somos criaturas do Criador e ofereçamos
um brinde para Jesus, de que todos somos tutelados na
Terra: — o brinde de paciência para com
todos aqueles que nos criem provações
e problemas, e, reconhecendo que os objetivos da evolução
se nos resumem na formação da felicidade
de todos, em louvor de todos, acendamos pelo menos pequenina
chama de amor no próprio coração...E
com semelhante luz, trabalhando e servindo, sem precipitação
e sem desânimo, aguardaremos, em paz, a intervenção
infalível das Leis de Deus.
Emmanuel
Psicografia: Francisco Cândido XBoa-Vontade