A
doença sempre constitui fantasma temível
no campo humano, qual se a carne fosse tocada de maldição;
entretanto, podemos afiançar que o número
de enfermidades, essencialmente orgânicas, sem
interferências psíquicas, é positivamente
diminuto.
A
maioria das moléstias procede da alma, das profundezas
do ser. Não nos reportando à imensa caudal
de provas expiatórias que invade inúmeras
existências, em suas expressões fisiológicas,
referimo-nos tão somente às moléstias
que surgem, de inesperado, com raízes no coração.
Quantas
enfermidades pomposamente batizadas pela ciência
médica não passam de estados vibratórios
da mente em desequilíbrio?
Qualquer
desarmonia interior atacará naturalmente o organismo
em sua zona vulnerável. Um experimentar-lhe-á
os efeitos no fígado, outro, nos rins e, ainda
outro, no próprio sangue.
Em
tese, todas as manifestações mórbidas
se reduzem a desequilíbrio, desequilíbrio
esse cuja causa repousa no mundo mental.
O
grande apóstolo do Cristianismo nascente foi
médico sábio, quando aconselhou a aproximação
recíproca e a assistência mútua
como
remédio salutares. O ofensor que revela as próprias
culpas, ante o ofendido, lança fora detritos
psíquicos, aliviando o plano interno; quando
oramos uns pelos outros, nossas mentes se unem, no círculo
da intercessão espiritual, e, embora não
se verifique o registro imediato em nossa consciência
comum, há conversações silenciosas
pelo "sem-fio" do pensamento.
A
cura jamais chegará sem o reajustamento íntimo
necessário, e quem deseje melhoras positivas,
na senda de elevação, aplique o conselho
de Tiago; nele, possuímos remédio salutar
para que saremos na qualidade de enfermos encarnados
ou desencarnados.
(Vinha
de Luz - Emmanuel - Francisco Candido Xavier)