Sempre que exercemos influência sobre alguém
que renteia conosco nos caminhos da madureza, seja na
condição de pais ou mentores, familiares
ou amigos, é muito fácil ultrapassar os
limites da conveniência travando naqueles que
mais amamos os movimentos com que se dirigem para a
liberdade. Pratiquemos, sim, a beneficência da
educação procurando orientar, instruir
e corrigir amando sempre, mas sem violentar e sem impor.
Costumamos
providenciar tudo a benefício dos entes queridos
quanto ao aprovisionamento de recursos naturais, esquecendo-nos,
porém, bastas vezes, de doar-lhes a oportunidade
de serem como devem ser. Nesse sentido, vasculhemos
o próprio espírito e verificaremos quanto
estimamos a faculdade de sermos nós próprios,
de abraçar as crenças que se nos mostrem
mais consentâneas com a capacidade de discernir,
de sermos respeitados nas decisões que assumimos,
de buscar o tipo de felicidade que mais se nos coadune
com a paz do espírito, de escolher os amigos
que nos pareçam mais dignos de atenção
ou de afeto. Ainda quando nos enganemos, sabemos aproveitar
a lição para subir na escala de nossa
adaptação à realidade, debitando-nos
os erros e fracassos, com que sejamos defrontados sem
razão para nos queixarmos dos outros.
Meçamos
a necessidade de emancipação no próximo
pelo nosso próprio anseio de independência
e sempre que nos caia sob os olhos qualquer estudo em
torno da indulgência recordemos a dádiva
preciosa que todos os nossos companheiros de experiência
esperam de nós em aflitivo silêncio; a
permissão de cogitarem do seu próprio
aperfeiçoamento na escolha permanente da vida
tão autênticos e tão livres como
Deus os fez.
(Mãos Unidas - Emmanuel - Francisco Cândido
Xavier)