Recordai
que a vida é sempre a vida em toda parte.
E
se, na existência física, defendeis a segurança
daqueles que vos merecem carinho, não menoscabeis
a possibilidade de auxiliá-los, além da
morte.
Na
Terra, toda uma rede de ternura afetiva nos enlaça
uns aos outros.
Medicais
o filhinho doente.
Socorreis
o pai enfermo.
Fazeis
silêncio em torno do amigo que se rendeu ao próprio
desequilíbrio.
Socorreis
o companheiro caído no labirinto da angústia.
Respeitais
a alma querida que se arremessou aos desvãos
da sombra e compreendeis a dor que vos rodeiam entre
espinhos e impedimentos.
Não
julgueis que o túmulo represente miraculosa passagem,
quando a morte apenas desnuda a consciência para
as realidades da vida.
Não
exijais da criatura que vos precedeu na Grande Viagem
demonstrações de entendimento que ainda
não construiu em si mesma ou revelações
estranhas ao seu modo de ser.
Lembrai-vos
de que, além do sepulcro, o desesperado não
se reconforta de improviso, o doente não se cura
de imediato, o ignorante não pode senhorear a
sabedoria sem a educação de si próprio
e o delinqüente, não consegue resgatar-se,
de inopino, à frente da injustiça.
Somos
o que somos, incapazes de trair o espírito de
seqüência que preside todos os passos da
natureza.
Aprendei
a cultiva o auxílio aos vivos da Espiritualidade,
injustamente julgados mortos no mundo, através
da coragem no bem, da serenidade no trabalho e da paciência
ante os desígnios da Providência Divina.
Recordai
que o pensamento é o fio claro vivo entre a vanguarda
dos que partem e a retaguarda dos que ficam.
E
se sabeis que a onda de televisão não
erra o alvo, a que se destina, a onda mental possui
exato endereço, mantendo entre o vosso caminho
terrestre e o caminho espiritual dos que vos antecedem
na jornada renovadora o perfeito noticiário do
coração.
Não
condeneis o companheiro que se despede na morte ao esquecimento
ou à lamentação, à crítica
ou ao desespero.
Guardai
a certeza de que os vossos mínimos pensamentos
são registrados e ouvidos e, assim como os vivos
do Mais Além hoje vos pedem auxílio, no
futuro, sereis os viajores da frente, rogando socorro
aos homens da Terra que podemos igualmente configurar
como sendo
os mortos da vida.
(Canais
da Vida - Emmanuel -
Francisco Candido Xavier)