Amar
aos inimigos, na conceituação de
Jesus, não será praticar servilismo ou
bajulação.
É
compreender, acima de tudo, que as faltas
daqueles que não se afinam conosco poderiam
ter sido nossas e imaginar quão felizes nos
sentiríamos se tivéssemos, porventura,
os
nossos erros desculpados e esquecidos, por
aqueles aos quais tenhamos ofendido.
Efetivamente,
ser-nos-á possível amar aos
nossos adversários, cultivando atitudes
diversas, quais sejam:
Orar
pela felicidade deles, no silêncio do
coração, a envolvê-los em vibrações
de paz
e encorajamento;
Destacar-lhes
as qualidades nobres, quando
em conversação com pessoas amigas, ao
redor
de ocorrências que lhes digam respeito;
Desembargar,
quanto se nos faça possível, de
maneira oculta e indireta, os caminhos para
as realizações que demandem;
Auxiliar-lhes
os entes queridos, quando
estejam à frente de problemas que lhes surjam
no cotidiano, de modo a aliviar-lhes as
provações;
Induzir
companheiros a prestar-lhes apoio
nas tarefas úteis a que se empenham;
mentalizá-los sempre tranqüilos e felizes;
Desencorajar
quaisquer campanhas negativas,
tendentes a suscitar-lhes desgostos e
prejuízos; sobretudo, não nos referirmos,
em tempo algum, a essa ou aquela dificuldade
que nos hajam causado.
Não
digas, portanto, que não podes amar
aos inimigos, porque existem vários meios de
endereçar-lhes compreensão e afeto, sem
humilhá-los com a nossa possível benevolência.
Decerto
Jesus, quando nos aconselhou amar
aos ofensores, não desejava transformar-nos
em carpideiras, junto daqueles que, acaso, não
nos entendam ou nos firam e, sim, espera que
os tratemos a todos, na condição de irmãos
autênticos e, tanto quanto nós, amados
filhos de Deus.
(Monte
Acima - Emmanuel -
Francisco Candido Xavier)