Deus Não Desampara

 

Se o Apocalipse está repleto de símbolos
profundos, isso não impede venhamos a examinar-
lhe as expressões, compatíveis com o nosso
entendimento, extraindo as lições suscetíveis
de ampliar-nos o progresso espiritual.

O versículo mencionado proporciona uma idéia da
longanimidade do Altíssimo, na consideração das
falhas e defecções dos filhos transgressores.

Muita gente insiste pela rigidez e
irrevogabilidade das determinações de origem
divina, entretanto, compete-nos reconhecer que
os corações inclinados a semelhante interpretação,
ainda não conseguem analisar a essência sublime
do amor que apaga dívidas escuras e faz nascer
novo dia nos horizontes da alma.

Se entre juízes terrestres existem providências
fraternas, qual seja a da liberdade sob condição,
seria o tribunal celeste constituído por
inteligências mais duras e inflexíveis?

A Casa do Pai é muito mais generosa que qualquer
figuração de magnanimidade apresentada, até
agora, no mundo, pelo pensamento religioso. Em
seus celeiros abundantes, há empréstimos e
moratórias, concessões de tempo e recursos que
a mais vigorosa imaginação humana jamais
calculará.

O Altíssimo fornece dádivas a todos, e, na
atualidade, é aconselhável medite o homem terreno
nos recursos que lhe foram concedidos pelo Céu,
para arrependimento, buscando renovar-se nos
rumos do bem.

Os prisioneiros da concepção de justiça implacável
ignoram os poderosos auxílios do Todo-Poderoso,
que se manifestam através de mil modos diferentes;
contudo, os que procuram a própria iluminação pelo
amor universal sabem que Deus dá sempre e que é
necessário aprender a receber.

(Pão Nosso - Emmanuel -
Francisco Candido Xavier)