"Ânimo,
trabalhadores! Tomais dos vossos arados e
das vossas charruas; lavrai os vossos corações;
arrancai deles a cizânia; semeai a boa semente
que
o Senhor vos confia e o orvalho do amor lhe fará
produzir frutos de caridade." — Cap. XVIII,
15.
Para
considerar a importância do trabalho,
relacionemos particularmente algumas das calamidades
da inércia, no plano da natureza.
A
casa longamente desabitada afasta-se da missão
de albergar os que vagueiam sem teto e, em seguida,
passa à condição de reduto dos
animais inferiores
que a mobilizam por residência.
O
campo largado em abandono furta-se ao cultivos
dos elementos nobres, necessários à inteligência
na Terra e transforma-se, gradativamente, em
deleitoso refúgio da tiririca.
O
poço de águas trancadas foge de aliviar
a sede
das criaturas, convertendo-se para logo em piscina
de vermes.
O
arado ocioso esquece a alegria de produzir e, com
o decurso do tempo, incorpora em si mesmo a
ferrugem que o desgasta.
A
roupa que ninguém usa distancia-se da tarefa
de
abrigar quem tirita ao relento e faz-se, pouco a
pouco, a moradia da traça que a destrói.
O
alimento indefinidamente guardado sem proveito
deixa a função que lhe cabe no socorro
aos estômagos
desnutridos e acaba acalentando os agentes da
decomposição em que se corrompe.
Onde
estiveres, lembra-te de que a vida é caminhada,
atividade, progresso, movimento e incessante
renovação para o Bem Eterno.
Trabalho
é o infatigável descobridor.
Transpõe
dificuldades, desiste da irritação, olvida
mágoas, entesoura os recursos da experiência
e
prossegue adiante.
Quem
persevera na preguiça, não somente deserta
do
serviço que lhe compete fazer, mas abre também
as
portas da própria alma à sombra da obsessão
em que
fatalmente se arruinará.
(Livro
da Esperança - Emmanuel -
Francisco Cândido Xavier, por Espírito
X)