“Olhai
os lírios do campo” - exortou-nos Jesus.
A lição nos adverte contra as inquietações
improdutivas, sem compelir-nos à ociosidade.
Os lírios para se evidenciarem quais se revelam
não se afligem e nem ceifam; no entanto esforçam-se
com paciência, desde a germinação,
no próprio desenvolvimento, abstendo-se de agitações
pela conquista de reservas desnecessárias com
receio do futuro, por acreditarem instintivamente nos
suprimentos da vida.
Não fiam nem tecem para se mostrarem na formosura
que os caracteriza; todavia, não desdenham fazer
o que podem, a fim de cooperar no enriquecimento do
esforço humano.
Não se preocupam em ser gerânios ou cravos
e sim aceitam-se na configuração e na
essência de que se viram formados, segundo os
princípios da espécie.
Não cogitam de criticar as outras plantas que
lhes ocupam a vizinhança, deixando a cada uma
o direito de serem elas mesmas, nas atividades que dizem
respeito à própria destinação.
Admitem calor e frio, vento e chuva, deles aproveitando
aquilo que lhes possam doar de útil, sem se queixarem
dos supostos excessos em que se exprimam.
Não indagam quanto à condição
ou à posição daqueles a quem consigam
prestar serviço, seja acrescentando beleza e
perfume à Terra ou ornamentando festas e colaborando
no interesse das criaturas em valor de mercado.
E, sobretudo, desabrocham e servem, no lugar em que
foram situados pela Sabedoria Divina, através
das forças da natureza, ainda mesmo quando tragam
as raízes mergulhadas no pântano.
Evidentemente, nós os espíritos humanos,
não somos elementos do reino vegetal, mas podemos
aprender com os lírios, serenidade e aceitação,
paz e trabalho, com as responsabilidades e privilégios
do discernimento e da razão que uma simples flor
ainda não tem.
Emmanuel