A caridade não será transmitida apenas
através da frase que a ensina, embora devamos
a melhor
veneração ao verbo edificante...
Não será aprendida tão somente
nas páginas consoladoras da antologia religiosa...
Será lida, acima de tudo, em nossa própria
existência.
No lar, o esposo conhecer-lhe-á os princípios
na renunciação da companheira, tanto quanto
a esposa, contemplar-lhe-á a excelsitude na correção
irrepreensível do homem que preside a casa. Os
filhos observar-lhe-ão os ensinamentos na conduta
enobrecedora dos pais e os familiares, no sentido comum,
procurar-lhe-ão o tesouro vivo naquele que fala
e se movimenta em seu nome.
Nas instituições, os dirigentes identificar-lhe-ão
a sublimidade na cooperação digna dos
subalternos e os que obedecem notar-lhe-ão a
grandeza naqueles que guardam a autoridade e orientam
o serviço.
Não nos esqueçamos de que no lar e na
vida pública, todos os que nos cercam esperam
de nós a mensagem
da caridade, através dos nossos mínimos
atos de compreensão, afabilidade, carinho e gentileza.
Nosso coração é diariamente lido
pelos outros na palavra que emitimos, na frase que escrevemos,
no compromisso que assumimos
ou nos gestos que praticamos.
É preciso lembrar, pois, na altura de nossos
atuais conhecimentos espiritistas, que não mais
nos basta a doação do supérfluo
para a revelação da divina virtude, na
ordem material da vida.
Recordemos o dever de dar de nós mesmos, com
esforço, sacrifício pessoal, disciplina
e suor, em nossas relações com os semelhantes,
se desejamos assimilar a lição que Jesus
nos legou.
Façamos de nossa experiência um livro aberto
de amor puro, em que nossos irmãos de caminho
possam ler a fraternidade e a cooperação,
em todas as nossas obrigações bem cumpridas
e a caridade será fulgurante estrela em nosso
coração, brilhando para os que convivem
conosco e clareando-nos o caminho para a glória
da vida eterna.
Emmanuel