Bezerra
de Menezes
Um
dia Maria caminhava com uma amiga para ir pegar a água
preciosa no poço.
Quando Ela viu, na beira da estrada, muitas florezinhas
silvestres – porque as flores, elas são
insistentes, representam a beleza de Deus e são
capazes, mesmo no deserto, de teimar em florir, aqui
e ali-essa companheira foi na direção
dessas poucas florezinhas rasteiras, Maria disse para
ele:
-Não
pise as flores do chão! Elas são nosso
Pai a embelezar nossas vidas e resplandecer nos nossos
olhos a grandeza que só Ele sabe doar. Essas
florezinhas, se forem pisadas pelos nossos pés,
não darão o néctar precioso para
as abelhinhas, não será o alimento para
o colibri... Não pise as flores do chão.
-Maria, em tudo você vê Deus. Em tudo o
que você faz, você sempre vê Deus.
Essas flores para mim são apenas flores, mas
para você, elas representam uma vida tão
extensa, tão fértil ... Eu não
vou pisá-las.
Ao afastar-se do local, naquele instante, uma serpente
fugiu de entre as flores e atravessou o caminho. A mulher,
a jovem mulher, deu um grito de susto:
-Maria,
você, me ensinando não pisar as flores,
me salvou a vida!
Maria
disse:
-Não,
minha amiga, quem te salvou a vida foi Deus. Mas, lembre-se
de que, assim como as abelhas buscam o néctar
precioso e os colibris, nos pistilos das flores, o seu
alimento, também os répteis se escondem
na sombra do chão.
Aprenda a olhar o céu sem descuidar-se da Terra.
Olhe aonde seus pés pisam e procure conservar
a vida, porque assim você estará conservando
a sua própria vida.
E foram buscar a água abençoada. A mulher,
insistentemente, olhava para Maria e Maria, olhando
para o céu, dizia:
-Obrigada,
Senhor! Porque em tudo o que nos cerca existe a sua
imensa lição de amor. Obrigada, Senhor,
pela vida, obrigada pelas lições que o
chão nos ensina, que o céu possa nos aprovar.
Acabou a pequena história. Essa mulher nunca
mais, certamente, deve ter pisado as flores do chão.
Mas, certamente, deve ter tido muito cuidado com os
matos rasteiros que estão às margens do
nosso caminho.
Aqueles que estão no nosso caminho são,
efetivamente, os companheiros de jornada. Aqueles que
estão à margem do nosso caminho são,
ás vezes, colaboradores, ou meros espectadores.
Mas, quem disse que não podemos ajudar a todos
eles nesse processo de serem espectadores? Por que não
podemos ajudá-los a ter uma vida mais intensa,
mais bela e mais produtiva?
Quanto à nós, sigamos com as lições
que Maria nos oferece, na singeleza do seu ser. Não
pisemos as flores do campo, porque em todas elas resplandece
Deus.
Mensagem
recebida por Shyrlene Soares Campos
dia 28/03/2000, no Núcleo Servos Maria de Nazaré-
Uberlândia- MG