Bezerra
de Menezes
Filhos,
as religiões que verdadeiramente não
cogitam do Reino do Céu vos
acenarão com a promessa da prosperidade material
sobre a Terra.
Não
permuteis o que é eterno pelo que é
transitório; não façais como
Esaú,
que, por um prato de lentilhas, abriu mão do
seu direito de primogênito para Jacó,
seu irmão...
A
exemplo de Maria, irmã de Lázaro e Marta,
permanecei com a boa parte.
Não
vos esqueçais do jovem rico, cujo anseio de
elevação espiritual não
ia ao ponto de levá-lo ao desprendimento dos
bens materiais.
Quase
sempre, as aspirações de ordem superior
do homem se conflitam com os interesses subalternos
da sociedade em que vive.
Quantos
os que, pressionados por carências materiais
imaginárias, renunciam
à fé espírita, aceitando outras
interpretações para as palavras do Senhor?
Quantos
os que renegam a crença na reencarnação
pelo motivo de terem
se exaurido na luta pela própria sublimação?
O
Espiritismo não efetua aos seus adeptos quaisquer
exigências, todavia
quem toma consciência de seus postulados sente-se
naturalmente constrangido a ceder de si mesmo, cada
vez mais.
É
a lucidez espiritual que a Doutrina faculta aos seus
seguidores o que os
induz à disciplina austera e ao trabalho incansável,
ao desapego dos bens perecíveis e ao sacrifício
pelo ideal.
Filhos,
não contemporizeis com a ilusão. Ninguém
ascenderá aos Planos
Mais Altos, preso aos interesses rasteiros do mundo.
O
Senhor não quer a necessidade, a penúria,
a fome, a miséria...
Não vos
esqueçais, no entanto, de que o homem só
verdadeiramente tem a posse daquilo que nem mesmo
a morte lhe arrebata.
O
próprio orbe terrestre não sobreviverá
às constantes mutações da matéria
que, a cada instante, se quintessencia, aproximando-se
da natureza do Criador.
Cap.5
do livro Coragem da Fé - Bezerra de Menezez
Beijos
Sandra - Ariel