Bezerra
de Menezes
Filhos,
ser espírita é oportunidade de vivenciar
o Evangelho em espírito e verdade.
O
seguidor da Doutrina é alguém que caminha
sobre o mundo, mais
consciente
de seus erros que de seus acertos. Por este motivo
- pela
impossibilidade
de conformar os interesses do homem velho com os anseios
do homem novo, ele quase sempre deduz que professar
a fé espírita não é tarefa
fácil.
Toda
mudança de hábito, principalmente daquele
que lhe esteja mais
arraigado,
impõe à criatura encarnada sacrifícios
inomináveis.
O
rompimento com o "eu" é um parto
laborioso, em que, não raro, sem experimentar
inúmeras recaídas, o espírito
não vem à luz...
O
importante é que não vos deixeis desalentar.
Recordai que, para o
trabalho
inicial do Evangelho, Jesus requisitou o concurso
de doze homens e não de doze anjos.
Talvez
o problema maior para os companheiros de ideal que
se
permitem
desanimar, ante as fragilidades morais que evidenciam,
seja o fato de suporem ser o que ainda não
o são.
Sem
dúvida, os que vivem ignorando as próprias
necessidades,
aparentemente
vivem em maior serenidade de quantos delas já
tomaram consciência; não olvideis, contudo,
que a aspiração do melhor é intrínseca
à sua natureza - o homem sempre há de
querer ser mais...
Na
condição, pois, de esclarecidos seguidores
da Doutrina Espírita,
nunca
espereis vos acomodar, desfrutando da paz ilusória
dos que não se aprofundam no conhecimento da
Verdade que liberta.
Onde
estiverdes, estareis sempre inquietos pelo amanhã.
A
aflição que Jesus bem-aventurou, é
aquela que experimenta quem se
põe
a caminho e não descansa antes de concluir
a jornada.
Filhos,
apesar dos percalços externos e de vossos conflitos
íntimos,
aceitai
no Espiritismo a vossa melhor chance de redenção
espiritual, e isto desde o começo de vossas
experiências reencarnatórias. Valorizai
o ensejo bendito e não culpeis a Doutrina pelas
vossas mazelas.