Aos Médiuns por Bezerra de Menezes
Dr. Adolfo Bezerra de Menezes o consolidador da Federação
Espírita Brasileira e orientador do Espiritismo
na Terra do Cruzeiro, justamente denominado de “O
Kardec Brasileiro”.
Desceu ao plano das formas tangíveis a 29 de
agosto de 1831 e volveu à Pátria da
Luz a 11 de abril de 1900.
Vencendo dificuldades sem conta diplomou-se em medicina,
de que fez verdadeiro sacerdócio, sendo conhecido
como o médico dos pobres. Político,
jornalista e administrador. O traço característico
da sua trajetória foi o seu grande coração,
sempre pronto a prestar assistência aos humildes.
Aos médiuns
Que a Paz do Senhor nos felicite os corações.
Mediunidade com Jesus é serviço aos
semelhantes.
Desenvolver esse recurso é, sobretudo, aprender
a servir.
Aqui, alguém fala em nome dos espíritos
desencarnados; ali, um companheiro aplica energias
curadoras; além um cooperador ensina o roteiro
da verdade; acolá, outrem enxuga as lágrimas
do próximo, semeando consolações.
Contudo, é o mesmo poder que opera em todos.
É a divina inspiração do Cristo,
dinamizada através de mil modos diferentes
por reergue-nos da condição de inferioridade
ou de sofrimento ao título de herdeiros do
Eterno Pai.
E nessa movimentação bendita de socorro
e esclarecimento, não se reclama o título
convencional do mundo qualquer que seja, porque a
mediunidade cristã, em si, não colide
com nenhuma posição social, constituindo
fonte do Céu a derramar benefícios na
terra, por intermédio dos corações
de boa vontade.
Em razão disso, antes de qualquer sondagem
doas forças psíquicas, no sentido de
se lhes apreciar o desdobramento, vale mais a consagração
do trabalhador à caridade legítima,
em cujo exercício tôdas as realizações
sublimes da alma podem ser encontradas.
Quem desejar a verdadeira felicidade, há de
improvisar a felicidade dos outros; quem procure a
consolação, para encontrá-la,
deverá reconfortar os mais desditosos da humana
experiência.
Dar para receber.
Ajudar para se amparado.
Esclarecer para conquistar a sabedoria e devotar-se
ao bem do próximo para alcançar a divindade
do amor.
Eis a lei, que impera igualmente, no campo mediúnico,
sem cuja observação, o colaborador da
Nova Revelação não atravessa
os pórticos das rudimentares noções
de vida eterna.
Espíritos algum construirá a escada
de ascensão sem atender às determinações
do auxílio mútuo.
Nesse terreno, portanto, há muito que fazer
nos círculos da Doutrina Cristã rediviva,
porque não basta ser médium para honrar-se
alguém com as bênçãos da
luz, tanto quanto não vale possuir uma charrua
perfeita, sem a sua aplicação no esforço
da sementeira.
A tarefa pede fortaleza no serviço com ternura
no sentimento.
Sem um raciocínio amadurecido para superar
a desaprovação provisória da
ignorância e da incompreensão e sem as
fibras harmoniosas do carinho fraterno, para socorrê-las,
com espírito de solidariedade real, é
quase impraticável a jornada para a frente.
Os golpes da sombra martelam o trabalho iluminativo
da mente por todos os flancos e imprescindível
se torna ao instrumento humano das verdades divinas
armar-se convenientemente na fé viva e na boa
vontade incessante, a fim de satisfazer aos imperativos
do mistério a que foi convocado.
Age, assim, com isenção de ânimo,
sem desalento e sem inquietação, em
teu apostolado de curar.
Estende as tuas mãos sobre os doentes que te
busquem o concurso de irmão dos infortunados,
convicto de que o Senhor é o Manancial de todas
as Bênçãos.
O lavrador semeia, mas é a bondade Divina que
faz desabrochar a flor e preparar-se o fruto. Ë
indispensável marchar de alma erguida para
o Alto, vigiando, embora as serpentes e os espinhos
que povoam o chão.
Diversos amigos se revelam interessados em tua tarefa
de fraternidade luz e não seria justo que a
hesitação te paralisasse os impulsos
mais nobres, tão somente porque a opinião
do mundo te não entende os propósitos,
nem os objetivos da esfera espiritual, de maneira
imediata.
Não importa que o templo seja humilde e que
os mensageiros compareçam na túnica
de extrema simplicidade.
O Mestre Divino ensinava a verdade à frente
de um lago e costumava administrar os dons celestiais
sob o teto emprestado; além disso, encontrou
os companheiros mais abnegados e fiéis entre
pescadores anônimos, integrados na vida singela
da natureza.
Não te apoquentes, meu irmão, e segue
com serenidade.
Claro está que ainda não temos seguidores
leais do Senhor sem a cruz do sacrifício.
A mediunidade é um madeiro de espinhas dilacerantes,
mas com o avanço da subida, calvário
acima, os acúleos se transformam em flores
e os braços da cruz se convertem em asas de
luz para a lama livre na eternidade.
Não desprezes a tua oportunidade de servir
e prossegue de esperança robusta.
A carne é uma estrada breve.
Aproveitemo-la sempre que possível na sublime
sementeira da caridade prefeita.
Em suma, ser médium no roteiro cristão
é dar de si mesmo em nome do Mestre. E foi
Ele que nos descerrou a realidade de que somente alcançam
a vida verdadeira aqueles que sabem perder a existência
em favor de todos os que se constituem seus tutelados
e filhos de Deus na Terra.
Segue, pois, para diante, amando e servindo.
Não nos vê preocupar a ausência
de alheia compreensão. Antes de cogitarmos
do problema de sermos amados, busquemos amar, conforme
o amigo Celeste nos ensinou.
Que Ele nos proteja, nos fortifique e abençoe.
(Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido
Xavier,
no Centro Luiz Gonzaga Pedro Leopoldo).