Pensem como quiserem os que entendem dever fazer
a propaganda espírita por todos os modos,
mesmo nas praças, sujeitando a divina Doutrina
à galhofa do público, mesmo nos
teatros, em meio do ridículo dos espectadores,
e até nos alcouces, por entre os esgares
desprezíveis de seres infelizes, seus freqüentadores.
Nem Jesus, o santíssimo modelo, nem os
apóstolos, seus autorizados imitadores
expuseram jamais à galhofa, ao ridículo
e aos esgares da corrupção os ensaios
de salvação.
Quer um, quer outros levaram a palavra da Verdade
a todos os meios, é certo, porque o doente
é que precisa do médico; porém,
fizeram-no sempre guardando a compostura, severamente
moralizadora, de ministros da mais pura, santa
e veneranda Doutrina: ergueram a luz à
altura de ser vista por toda a Humanidade, mas
não a levaram aos antros.
Do que serve pregar o Espiritismo que é
o Evangelho Segundo o E spírito e a Verdade,
dando àqueles que o pregam o exemplo do
seu desrespeito pelo, modo irreverente de pregá-lo?
Sancta sancte tractanda sunt: as coisas sagradas
devem ser com todo o respeito tratadas.
Por este modo, um que seja, que se colha para
redil bendito, vem convencido da santidade da
Doutrina, pelo acatamento com que a vê exposta,
e será um convencido digno e dignificador
da Santa Lei.
Pelo contrario, os que são trazidos como
em folia, por milhares que sejam, virão
crentes, pelo modo por que viram obrar os propagandistas,
de que o Espiritismo é meio de distração,
senão de brincadeira, e esses milhares
nem aproveitara para si, nem concorrem de leve
para o triunfo da boa Lei.
Propagar o Espiritismo por toda a parte, sim;
mas propagá-lo com o respeito e o acatamento
que requer o ensino da Divina Revelação.
Esta página foi escrita em 1896, por Bezerra
de Menezes e, publicada na revista “Reformador”
Toda existência tem objetivos específicos.
A tua carteira de identidade só vale para
a presente encarnação.
André Luiz