A anônima semente pequenina
Atirada por mão piedosa e boa,
Parecia dormir no charco, à toa,
Sorvendo o sol aos beijos da neblina...
Depois
cresceu, abrindo-se em coroa,
Árvore nobre a frondejar, divina,
Fruto a fazer-se pão que nutre e ensina,
Flor que perfuma, tronco que perdoa!...
Assim é o humilde que semeias
Pelo espinheiral das dores alheias
Que sombra, provação e angústia
encerra...
Hoje, singela dádiva perdida,
Amanhã será luz, beleza e vida
Dulcificando as lágrimas da Terra.
Auta de Souza