Ama
o próximo como a ti mesmo.
A
regra áurea reconhece o amor a nós próprios,
justificando a necessidade do auto-apreço, para
que não estejamos pregando estima aos outros,
a chafurdar-nos em desmazelo.
Muito
naturalmente aspiramos ao respeito pelos direitos que
a vida
nos atribui.
Almejamos
a cooperação de muitos para que os nossos
deveres se façam bem cumpridos.
Nas
horas do erro, agradecemos a caridade dos que nos propiciem
o
reconforto da tolerância.
Nos
momentos de acerto, sentimos novo impulso ao serviço
ante os estímulos da amizade.
Acicatados
pela necessidade, queremos que os outros nos auxiliem.
Doentes,
não duvidamos de que o próximo tem a obrigação
de amparar-nos.
Diante
daqueles que amamos exigimos a consideração
dos que se aproximam.
Nas
tarefas que impelidos a realizar aguardamos a avaliação
afetiva dos que andam conosco.
Forçoso
observar que os outros esperam também tudo isso.
A incompreensão aborrece-nos, o sarcasmo que
se nos atira mais se assemelha a esbraseado estilete
com que se nos revolve os tecidos da alma. Acontece
o mesmo na sensibilidade de quantos nos cercam.
Por
outro lado, não nos seria lícito receitar
educação para os semelhantes sem sermos
educados, e nem apelar para o caráter alheio
se nos amodorramos no charco da incúria.
"Ama
o próximo como a ti mesmo", diz a norma
de ouro.
Nada
de endeusar-nos, nem aparentar valor que não
temos, mas respeitar-nos, garantindo ao nosso espírito
o dom de aprender, servir e melhorar-nos com tranqüilidade
de consciência. Para chegarmos a isso, reconhecer
que, em tudo, é preciso dar e fazer aos outros
tudo aquilo que desejamos seja dado e feito a nós.
(Sol
nas Almas - Andre Luiz - Francisco Candido Xavier)