Para
que se efetue a jornada iluminativa do espírito
é indispensável deslocar a mente, revolver
as idéias, renovar as concepções
e modificar, invariavelmente, para o bem maior o modo
íntimo de ser, tal qual procedemos com o solo
na revivificação da lavoura produtiva
ou com qualquer instituto humano em reestruturação
para o progresso geral. Negando-se, porém, a
alma a receber o auxílio divino, através
dos processos de transformação incessante
que lhe são oferecidos, em seu benefício
próprio, pelas diferentes situações
de que os dias se compõem no aprendizado carnal,
recolhe-se à margem da estrada, criando paisagens
perturbadoras com desejos injustificáveis.
Quase
podemos afirmar que noventa em cem dos casos de loucura,
excetuados aqueles que se originam da incursão
microbiana sobre a matéria cinzenta, começam
nas conseqüências das faltas graves que praticamos,
com a impaciência ou com a tristeza, isto é,
por intermédio de atitudes mentais que imprimem
deploráveis reflexos ao
caminho daqueles que as acolhem e alimentam. Instaladas
essas forças desequilibrantes no campo íntimo,
inicia-se a desintegração da harmonia
mental; esta por vezes perdura, não só
numa existência, mas em várias delas, até
que o interessado disponha, com fidelidade, a valer-se
das bênçãos divinas que o aljofram,
para restabelecer a tranqüilidade e a capacidade
de renovação que lhe são inerentes
à individualidade, em abençoado serviço
evolutivo. Pela rebeldia, a alma responsável
pode encaminhar-se para muitos crimes, a cujos resultados
nefastos se cativa indefinidamente; e, pelo desânimo,
é propensa a cair nos despenhadeiros da inércia,
com fatal atraso nas edificações que lhe
cabe providenciar.
(No
Mundo Maior - Andre Luiz - Francisco Candido Xavier)