Em
todos os lances da evolução, seremos defrontados
pelo egoísmo a entravar-nos o passo.
É
sombra em nosso sentimento em forma de vaidade e tóxico
em nosso raciocínio na feição de
orgulho.
É
veneno em nosso coração sob a máscara
do crime e fogo em nossa alma, sob a capa agressiva
da revolta.
É
incêndio em nosso peito, sob a tempestade da cólera
e gelo em nossas mãos, sob a inércia da
preguiça.
Aparece
em todas as fases do dia, ora sob a faixa do desculpismo
de variados matizes, ora sob os mil modos com que apresentamos
a nossa deserção da luta santificante.
Desvairado
apego ao nosso "eu", o egoísmo, sem
dúvida, é treva da ignorância ocultando-nos
o caminho real de nossos deveres à frente da
imortalidade sublime.
Se
desejamos efetivamente alcançar a bendita claridade
da ascensão, abandonemo-lo aos resíduos
da estrada e, fugindo ao circulo estreito de nossa personalidade,
através da ação constante no bem,
consagremo-nos à Vontade do Senhor - única
fórmula de libertação que nos conduzirá
à felicidade verdadeira.
Cultivemos
a boa vontade, a compreensão e a simpatia. E,
aprendendo a servir sem descansar, seguiremos do vale
escuro da ignorância para os cimos da vida, onde
nos esperam as alegrias eternas da sabedoria e do amor.
(Cartas
do Coração - Andre Luiz - Francisco Candido
Xavier)