Se
a mágoa lhe bate à porta, entorpecendo-lhe
a cabeça ou paralisando-lhe os braços,
fuja dessa intoxicação mental enquanto
pode.
Se
você está doente, atenda ao corpo enfermiço,
na convicção de que não com lágrimas
que você recupera um relógio defeituoso.
Se
você errou, busque reconsiderar a própria
falta, reajustando o caminho sem vaidade, reconhecendo
que você não é o primeiro e nem
será o último a encontrar-se numa conta
desajustada que roga corrigenda.
Se
você caiu em tentação, levante-se
e prossiga adiante, na tarefa que a vida lhe assinalou,
na certeza de que ninguém resgata uma dívida
ao preço de queixa inútil.
Se
amigos desertaram, pense na árvore que, por vezes,
necessita da poda, a fim de renovar a própria
existência.
Se
você possui na família um ninho de aflições,
é forçoso anotar que o benefício
da educação pede a base da escola.
Se
sofreu prejuízos materiais, recorde que, em muitas
ocasiões, a perda do anel é a defesa do
braço.
Se
alguém lhe ofendeu a dignidade, olvide ressentimentos,
ponderando que a criatura de bom senso jamais enfeitaria
a própria apresentação com uma
lata de lixo.
Se
a impaciência lhe marca os gestos habituais, acalme-se,
observando que os pequeninos desequilíbrios integram,
por fim, as grandes perturbações.
Seja
qual seja o seu problema, lembre-se de que toda mágoa
é sombra destrutiva e de que sombra alguma consegue
permanecer no coração que se acolhe ao
trabalho, procurando servir.
(Ideal
Espírita - Andre Luiz - Francisco Candido Xavier)