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BIOGRAFIAS |
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Indalício
Mendes
Casa
de Recuperação e Benefícios Dr. Bezerra
de Menezes
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Em
Leopoldina, Minas Gerais, em 23 de maio de 1901, nascia
Indalício Hildegárdio Mendes. Filho de Maria
Lídia da Rocha Mendes e Cristóvão
José Mendes, teve como irmãos Otília,
Iremarco e Dulcina.
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Gêmeo
de sete meses, foi criado nos primeiros dias de vida em
uma caixa de sapatos, envolto por algodão, para
que sobrevivesse. Seu irmão não teve a mesma
sorte. Com aparência franzina, muito claro, de olhos
muito azuis, sua saúde sempre inspirava cuidados,
que eram tratados com desvelo, primeiro por sua mãe,
depois por sua dedicada esposa.
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Com
um mês de vida, Indalício veio com sua família
para o Rio de Janeiro. Foram morar no bairro de São
Cristóvão.
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Autodidata,
cursou até o ginasial, quando começou a
trabalhar para ajudar a família, empregando-se
na firma White Martins, onde criou o logotipo "estrela
verde", usado até hoje. Fez carreira, chegando
à posição de Diretor da Seção
de Propaganda, e de lá saiu apenas para se aposentar.
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Desde
pequeno apresentava gosto pela leitura, que o acompanhou
por toda a vida, resultando disso uma invejável
ilustração e aprofundada cultura, abrangendo
os mais variados ramos e temas do conhecimento humano.
Versado em línguas estrangeiras, lia com facilidade
obras em inglês, francês, italiano e espanhol.
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Em
sua biblioteca de centenas de livros, deixou nas margens
dos mesmos preciosos comentários e observações,
que enriquecem os textos.
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Indalício
conheceu Nadir, sua esposa, no Rio de Janeiro. Foi em
1925, no dia 24 de dezembro, na igreja de São Salvador,
em Campos, que receberam a benção nupcial.
Desta união nasceram Myrian Neide e Spencer Luiz,
que lhes deram sete netos e quatro bisnetos.
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Foi
depois de uma pneumonia, na década de 40, que começou
sua busca espiritual. Luís Fernandes da Silva Quadros,
tio de sua esposa e membro da Federação
Espírita Brasileira, convidou-o a conhecer a doutrina
e a Casa de Ismael, despertando-o para o caminho novo
que surgia. Indalício passara anteriormente pelas
idéias materialistas, marxistas e simpáticas
a Herbert Spencer, de que teve a inspiração
para dar o nome a seu filho.
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Na
Casa Máter, dedicou-se principalmente ao estudo
das obras da Codificação de Allan Kardec,
e "Os Quatro Evangelhos", de Roustaing. Em 1943,
foi empossado como Secretário de "O Reformador",
revista oficial da FEB. Foi com o Artigo de fundo "Libertação
pelo Evangelho", publicado em março de 1944,
que Indalício iniciou sua colaboração
em "O Reformador". Mais de seiscentos artigos
se sucederam ao longo de 32 anos.
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Deu
também sua colaboração durante quatro
anos na Comissão de Assistência da FEB, sendo
ali companheiro de trabalho de Luís Quadros.
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Em
1953 entrou para o Conselho Federativo Nacional, como
representante da Federação Espírita
Paraibana e em 1956 foi eleito membro efetivo do Conselho
Superior da FEB.
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Indalício
Mendes foi autor do "árduo" estudo comparativo
das obras literárias de Humberto de Campos - Homem
- e Humberto de Campos - Espírito, conforme consta
em "Duas Palavras", do livro "A Psicografia
ante os Tribunais". Este trabalho reuniu toda a documentação
necessária à defesa de Chico Xavier e da
FEB, entregue a Miguel Timponi.
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Em
1975 foi eleito Vice-Presidente da FEB mas, daí
por diante, suas forças começaram a declinar
e sua presença era solicitada ao lado de sua dedicada
esposa. Deixou o Conselho Federativo Nacional, o qual
servira por 23 anos. Foi desativando aos poucos, deixando
a vice-presidência em 1978. Mas, até a sua
desencarnação, permaneceu como redator de
"O Reformador" e Assessor da Presidência.
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De
sua personalidade, lembramos a alegria. Tinha o humor
incrível que caracteriza os homens de gênio.
Gostava de ouvir música. Nas reuniões familiares,
dançava e até sapateava, sempre sob o sorriso
amigo da esposa Nadir, que o acompanhava, formando um
casal exemplar.
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Esportivo,
na mocidade chegou a lutar box. Tinha o pescoço
um pouco inclinado, dizia ele, por ter recebido um golpe
desastrado.
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Admirava
o futebol, e sobre esse assunto assinou durante muitos
anos uma coluna intitulada "Pra ler no bonde",
no "Diário de Notícias", utilizando
o pseudônimo de "José Brígido".
Foi membro da diretoria do Fluminense Futebol Clube, no
cargo de 2º Secretário.
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Voz
fraca, quase inaudível, foi pela escrita que fez
a divulgação de seu conhecimento. De sua
pena saíram contos, alguns de inspiração
oriental; versos; tinha sempre palavras escritas para
lembrar alguma ocasião como aniversários,
casamentos, etc... e gostava de presentear com livros
que levavam sempre dedicatórias gentis e doutrinárias.
Usou vários pseudônimos: "José
Brígido", já citado; "Túlio
Tupinambá", "Vinélius Di Marco",
"Boanerges da Rocha", "Tasso Porciúncula",
"I. Salústio", "Percival Antunes",
"Tibúrcio Barreto", "Jesuíno
Macedo Jr.", "A. Pereira", "Tobias
Mirco", "Gonçalo Francoso", "Damasceno",
"X.Z"e outros.
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Trabalhou
em vários jornais, dentre eles "A Gazeta de
São Paulo", "A Tribuna da Imprensa",
"O Rio Esportivo" e "O Diário de
Notícias", do qual foi um dos fundadores ao
lado do jornalista Orlando Dantas, em 1930. Tornou-se
jornalista profissional, tendo ocupado na ABI, Associação
Brasileira de Imprensa, o cargo de Diretor do Setor de
Relações Sociais e Humanas, do Departamento
de Assistência Social.
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Somado
a tantas atividades, exerceu o cargo de Assistente de
Plenário do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro.
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Por
volta de 1963, pouco depois de sua fundação,
ingressou na "Casa de Recuperação e
Benefícios Bezerra de Menezes". Fundou em
1965, junto com o seu Orientador Geral, Azamor Serrão,
o seu órgão de divulgação
doutrinária, "O Cristão Espírita",
de distribuição gratuita, dirigindo-o até
a sua desencarnação. Indalício Mendes
foi também membro do Conselho Deliberativo da Casa
desde a criação deste último, a 18
de novembro de 1967, exercendo essa função
até o seu regresso à Pátria Espiritual.
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Nos
últimos anos de sua vida "O Cristão
Espírita" já lhe custava extremado
esforço.
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As
forças diminuíam dia a dia, e não
encontrava quem o pudesse substituir. Escrevia à
mão, pois não conseguia mais usar a máquina
de escrever. Muitas vezes pensava até em desistir,
mas o estímulo de amigos levou-o a continuar.
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Seu
último e precioso trabalho foi sobre "O Corpo
Fluídico de Jesus", que não chegou
a ser publicado. Sua vivência no Espiritismo foi
cercada de inúmeros obstáculos. Acordava
às quatro horas da madrugada para poder estudar
e escrever, inclusive "O Cristão Espírita".
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Em
1974 o casal comemorou 50 anos de casados, "Bodas
de Ouro".
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Em
25 de agosto de 1984 desencarnou sua esposa Nadir. Ficou
um grande vazio na vida de Indalício.
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A
13 de maio de 1988, Indalício partiu para a espiritualidade.
Frágil como uma luz de vela prestes a apagar, na
Casa de Saúde Santa Lúcia, em Botafogo.
Justo no dia 13 de maio, dia da libertação
dos escravos, Indalício libertou-se do jugo carnal.
A vibração na capela do São João
Baptista, onde seus restos mortais repousavam, era amena,
tranqüila. Sentia-se a presença de seu espírito.
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Indalício
Mendes deixou um rastro de luminosidade na Terra, pela intensidade
e dignidade da vida que viveu. Por isso, nós o chamamos,
também, "Sal da Terra"...
(Contribuição
de L.Vareda)
Fonte
Internet Página Casa de Recuperação
e Benefícios Dr. Bezerra de Menezes
http://www.casarecupbenbm.org.br
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