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Persistiu
lecionando e entre as matérias incluiu o ensino
do Espiritismo, provocando reação em muitas
pessoas da cidade, sendo procurado pelos pais dos alunos,
que chegaram a oferecer- lhe dinheiro para que voltasse
atrás quanto à nova matéria e, ante
sua recusa, os alunos foram retirados um a um.
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Sob
pressões de toda ordem e impiedosas perseguições,
Eurípedes sofreu forte traumatismo, retirando-
se para tratamento e recuperação em uma
cidade vizinha, época em que nele desabrocharam
várias faculdades mediúnicas, em especial
a de cura, despertando- o para a vida missionária.
Um dos primeiros casos de cura ocorreu justamente com
sua própria mãe que, restabelecida, se tornou
valiosa assessora em seus trabalhos.
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A
produção de vários fenômenos
fez com que fossem atraídas para Sacramento centenas
de pessoas de outras paragens, abrigando- se nos hotéis
e pensões, e até mesmo em casas de famílias,
pois a todos Barsanulfo atendia e ninguém saía
sem algum proveito, no mínimo o lenitivo da fé
e a esperança renovada e, quando merecido, o benefício
da cura, através de bondosos Benfeitores Espirituais.
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Auxiliava
a todos, sem distinção de classe, credo
ou cor e, onde se fizesse necessária a sua presença,
lá estava ele, houvesse ou não condições
materiais.
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Jamais
esmorecia e, humildemente, seguia seu caminho cheio de
percalços, porém animado do mais vivo idealismo.
Logo sentiu a necessidade de divulgar o Espiritismo, aumentando
o número dos seus seguidores. Para isso fundou
o "Grupo Espírita Esperança e Caridade",
no ano de 1905, tarefa na qual foi apoiado pelos seus
irmãos e alguns amigos, passando a desenvolver
trabalhos interessantes, tanto no campo doutrinário,
como nas atividades de assistência social.
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Certa
ocasião caiu em transe em meio dos alunos, no decorrer
de uma aula. Voltando a si, descreveu a reunião
havida em Versailles, França, logo após
a I Guerra Mundial, dando os nomes dos participantes e
a hora exata da reunião quando foi assinado o célebre
tratado.
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Em
1o. de abril de 1907, fundou o Colégio Allan Kardec,
que se tornou verdadeiro marco no campo do ensino. Esse
instituto de ensino passou a ser conhecido em todo o Brasil,
tendo funcionado ininterruptamente desde a sua inauguração,
com a média de 100 a 200 alunos, até o dia
18 de outubro, quando foi obrigado a cerrar suas portas
por algum tempo, devido à grande epidemia de gripe
espanhola que assolou nosso país.
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Seu
trabalho ficou tão conhecido que, ao abrirem- se
as inscrições para matrículas, as
mesmas se encerravam no mesmo dia, tal a procura de alunos,
obrigando um colégio da mesma região, dirigido
por freiras da Ordem de S. Francisco, a encerrar suas
atividades por falta de freqüentadores.
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Liderado
a pulso forte, com diretriz segura, robustecia- se o movimento
espírita na região e esse fato incomodava
sobremaneira o clero católico, passando este, inicialmente
de forma velada e logo após, declaradamente, a
desenvolver uma campanha difamatória envolvendo
o digno missionário e a doutrina de libertação,
que foi galhardamente defendida por Eurípedes,
através das colunas do jornal "Alavanca",
discorrendo principalmente sobre o tema: "Deus não
é Jesus e Jesus não é Deus",
com argumentação abalizada e incontestável,
determinando fragorosa derrota dos seus opositores que,
diante de um gigante que não conhecia esmorecimento
na luta, mandaram vir de Campinas, Estado de S. Paulo,
o reverendo Feliciano Yague, famoso por suas pregações
e conhecimentos, convencidos de que com suas argumentações
e convicções infringiriam o golpe derradeiro
no Espiritismo.
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Foi
assim que o referido padre desafiou Eurípedes para
uma polêmica em praça pública, aceita
e combinada em termos que foi respeitada pelo conhecido
apóstolo do bem.
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No
dia marcado o padre iniciou suas observações,
insultando o Espiritismo e os espíritas, "doutrina
do demônio e seus adeptos, loucos passíveis
das penas eternas", numa demonstração
de falso zelo religioso, dando assim testemunho público
do ódio, mostrando sua alma repleta de intolerância
e de sectarismo.
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A
multidão que se mantinha respeitosa e confiante
na réplica do defensor do Espiritismo, antevia
a derrota dos ofensores, pela própria fragilidade
dos seus argumentos vazios e inconsistentes.
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O
missionário sublime, aguardou serenamente sua oportunidade,
iniciando sua parte com uma prece sincera, humilde e bela,
implorando paz e tranqüilidade para uns e luz para
outros, tornando o ambiente propício para inspiração
e assistência do plano maior e em seguida iniciou
a defesa dos princípios nos quais se alicerçavam
seus ensinamentos.
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Com
delicadeza, com lógica, dando vazão à
sua inteligência, descortinou os desvirtuamentos
doutrinários apregoados pelo Reverendo, reduzindo-
o à insignificância dos seus parcos conhecimentos,
corroborado pela manifestação alegre e ruidosa
da multidão que desde o princípio confiou
naquele que facilmente demonstrava a lógica dos
ensinos apregoados pelo Espiritismo.
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Ao
terminar a famosa polêmica e reconhecendo o estado
de alma do Reverendo, Eurípedes aproximou- se dele
e abraçou- o fraterna e sinceramente, como sinceros
eram seus pensamentos e suas atitudes.
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Barsanulfo
seguiu com dedicação as máximas de
Jesus Cristo até o último instante de sua
vida terrena, por ocasião da pavorosa epidemia
de gripe que assolou o mundo em 1918, ceifando vidas,
espalhando lágrimas e aflição, redobrando
o trabalho do grande missionário, que a previra
muito antes de invadir o continente americano, sempre
falando na gravidade da situação que ela
acarretaria.
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Manifestada
em nosso continente, veio encontrá-lo à
cabeceira de seus enfermos, auxiliando centenas de famílias
pobres. Havia chegado ao término de sua missão
terrena. Esgotado pelo esforço despendido, desencarnou
no dia 1o. de novembro de 1918, às 18 horas, rodeado
de parentes, amigos e discípulos.
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Sacramento
em peso, em verdadeira romaria, acompanhou- lhe o corpo
material até a sepultura, sentindo que ele ressurgia
para uma vida mais elevada e mais sublime.