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BIOGRAFIAS |
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Cornélio
Pires
Anuário
Espírita - 1995
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Cornélio
Pires nasceu na cidade de Tietê, Estado de São
Paulo, no dia 13 de julho de 1884, e a sua desencarnação
aconteceu na cidade de S. Paulo, no dia 17 de fevereiro
de 1958.
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Homem
de personalidade inconfundível, tornou-se figura
popular e de bastante destaque em todo o Brasil, graças
ao trabalho, por ele encetado, de viajar pelas cidades
do Interior do Estado de S. Paulo e outros Estados, estreando
na condição de caipira humorista.
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Em
sua juventude aspirava participar de um concurso de admissão
numa Faculdade de Farmácia. Animado desse propósito
viajou de Tietê para S. Paulo, a fim de se inscrever
como candidato a um desses concursos, porém, apesar
do seu desempenho não logrou êxito nesse
seu intento.
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Tomou
então a deliberação de dedicar-se
ao jornalismo, passando a trabalhar na redação
do jornal O Comércio de São Paulo, em cujo
cargo desenvolveu um aprendizado bastante estafante. Posteriormente
passou a exercer atividades nos jornais O São Paulo
e O Estado de São Paulo, tradicional órgão
da imprensa paulista, onde desempenhou a função
de revisor e, finalmente, no ano de 1914, passou a dar
a sua contribuição ao órgão
O Pirralho.
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Numerosos
escritores teceram comentários sobre a personalidade
de Cornélio Pires e, para ilustração,
passemos a citar Joffre Martins Veiga, que em seu trabalho
A Vida Pitoresca de Cornélio Pires, escreveu “
Ninguém amou tanto a sua gente como Cornélio
Pires; ninguém se preocupou tanto com seus semelhantes
como esse homem, que foi, antes de tudo, um Bom”.
O famosos poeta Martins Fontes, por sua vez, escrevendo
sobre ele, afirmou: “é um bandeirante puro,
um artista incansável, enobrecedor da Pátria
e enriquecedor da língua”.
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Admirado
também pelo grande jornalista Amadeu Amaral, este
deu-lhe a sugestão de tornasse um dos maiores divulgadores
do folclore brasileiro.
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Pelos
idos de 1910, Cornélio Pires lançou o livro
Musa Caipira, obra que foi largamente saudada pela crítica,
graças ao seu conteúdo tipicamente brasileiro.
Sílvio Romero tornou-se um dos seus mais salientes
críticos, comentando da seguinte forma o lançamento
dessa obra: “ Apreciei imensamente o chiste, a cor
local, a graça, a espontaneidade de suas produções
que, além do seu valor intrínseco, são
um ótimo documento para o estudo dos brasileirismos
da nossa linguagem”.
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No
início do presente século, Cornélio
Pires começou a freqüentar a Igreja Presbiteriana,
entretanto não conseguiu conciliar os ensinamentos
dessa religião com o seu modo de pensar. Ele não
admitia a existência das penas eternas e de um Deus
que desse preferência aos seguidores de determinadas
religiões. O demasiado apego aos formalismos da
letra, na interpretação dos textos evangélicos
fez com que ele quase descambasse para o materialismo.
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Nessa
época ele desconhecia o que era Espiritismo, entretanto,
durante as suas viagens ao Interior, aconteceram com ele
vários fenômenos mediúnicos, inclusive
algumas comunicações do Espírito
Emilio de Menezes, as quais muito o impressionaram. Como
conseqüência ele passou a estudar obras espíritas
principalmente as de Allan Kardec, Leon Denis, Albert
de Rochas e alguns livros psicografados pelo médium
Francisco Cândido Xavier.
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Dali
por diante integrou-se decididamente no Espiritismo, interessando-se
muito pelos fenômenos de efeitos físicos.
Nos anos de 1944 a 1947 ele escreveu os livros Coisas
do Outro Mundo e Onde estás, ó morte?, tendo
desencarnado quando escrevia Coletânea Espírita.
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De
sua vasta bibliografia destacamos: Musa Caipira, Versos
Velhos, Cenas e Paisagens de minha Terra, Monturo, Quem
conta um conto, Conversas ao Pé do Fogo, Estrambóticas
Aventuras de Joaquim Bentinho - O Queima Campo, Tragédia
Cabocla, Patacoadas, Seleta Caipira, Almanaque do Saci,
Mixórdias, Meu Samburá, Sambas e Cateretês,
Tarrafas, Chorando e Rindo, De Roupa Nova, Só Rindo,
Ta no Bocó, Quem conta um Conto e outros Contos...,
Enciclopédia de anedotas e Curiosidades, além
dos dois livros espíritas acima citados.
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Num
de dos seus escritos sobre o Espiritismo, dizia ele: “
O Espiritismo, mais cedo ou mais tarde, fará aos
católicos romanos, aos protestantes e aos adeptos
de outros credos, a caridade de robustecer-lhes a Fé,
com os fatos que provam a imortalidade da Alma, que se
transforma em Espírito ao deixar o invólucro
material” e mais adiante “ O Espiritismo nos
proporciona a FÉ RACIOCINADA, nos arrebata ao jugo
do dogma e nos ensina a compreender DEUS como Ele é”.
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Pouco
antes da sua desencarnação, Cornélio
Pires, demonstrando que havia assimilado o preceito de
Jesus Cristo: “ Amai ao próximo como a ti
mesmo”, voltou para a cidade do Tietê e ali
comprou uma chácara, onde fundou a “ Granja
de Jesus”, lar destinado a crianças desamparadas.
Infelizmente ele não chegou a ver a conclusão
da obra.
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Cornélio
Pires chegou a organizar o “ Teatro Ambulante Cornélio
Pires” perambulando de cidade em cidade, sendo aplaudido
por toda a população brasileira por onde
passava. Esse intento foi concretizado após ter
abandonado a carreira jornalística.
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O
presente trabalho representa uma apagada biografia desse
batalhador infatigável, que desenvolveu na Terra
uma tarefa altamente meritória.
Bibliografia:
Personagens do Espiritismo (do Brasil e de outras Terras)
de Antônio de Souza Lucena e Paulo Alves Godov
Edições FEESP, S.Paulo, SP
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