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BIOGRAFIAS |
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Dr.
Artur Lins de Vasconcelos Lopes
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Nascido
a 27 de março de 1891 na cidade de Teixeira, Estado
da Paraíba, e desencarnado em São Paulo,no
dia 21 de março de 1952. Seu sepultamento ocorreu
na cidade de Curitiba, capital do Estado do Paraná.
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O
Dr. Artur Lins de Vasconcelos Lopes foi expressiva figura
do Espiritismo brasileiro.
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Franco
e combativo, jovial e sereno, sincero e leal, bom e caridoso,
fazia dessas virtudes uma coisa rotineira em sua vida
de relação, sem jamais ostentá-la
no convívio com seus companheiros de ideal.
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Foi
presidente da "Coligação Nacional Pró-
Estado Leigo", instituição republicana
fundada em 17 de maio de 1931, a qual desenvolveu ingente
trabalho em favor da separação entre a Igreja
e o Estado, principalmente por ocasião dos trabalhos
constituintes que culminaram com a promulgação
da nova Constituição Brasileira, no ano
de 1946, tendo enviado numerosas ações cívicas
de grande profundidade nos anos subseqüentes.
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O
esforço de Lins de Vasconcelos em favor do congraçamento
dos espíritas do Brasil foi dos mais salientes,
contribuindo de forma decisiva para o advento do Pacto
Áureo de unificação dos espíritas
do Brasil, no dia 5 de outubro de 1949. A ele se deve
apreciável parcela dos trabalhos encetados nos
anos de 1947 a 1952, em favor de um maior entrelaçamento
entre os espíritas em nosso país.
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Do
jornal "Mundo Espírita", que se edita
em Curitiba, extraímos os seguintes dados biográficos
desse grande vulto do Espiritismo brasileiro:
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"A
batalha travada por Lins de Vasconcelos foi ingente, árdua
e heróica.
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Nascido
numa região áspera, princípio geográfico
da caatinga, entre Paraíba e Pernambuco, era natural
que Artur Lins trouxesse no Espírito a agressividade
do berço agreste. Lutando, todavia, contra o meio,
aprimorando qualidades, resistindo aos meios desonestos
de ganho, foi abrindo um caminho limpo para a vida. Ainda
na adolescência, Lins deixou a Paraíba para
residir no Rio de Janeiro. Na antiga Capital Federal a
demora foi curta.
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Imaturo,
com aquela ânsia de aventuras próprias da
idade, e também ávido de conhecimento, Lins
partiu para o sul do país, fixando- se em Curitiba.
Constituiu família; formou- se em agronomia; fez
concurso para cartorário. Sua vida seguiu firme.
Tornou- se espírita, integrando- se totalmente
na doutrina. Em 1926 houve grave incidente entre o governo
do Estado e elementos liberais, por questões religiosas.
É que o governo estadual, sem autorização
da Assembléia, presenteara terrenos e dinheiro
do patrimônio público ao clero. Pequeno número
de cidadãos protestou contra o ato indébito
do governo. Entre eles estava Lins de Vasconcelos. Este
defendeu, de forma corajosa, perante o governo, que os
princípios tutelares da democracia são inderrogáveis
ainda ao arbítrio dos governadores. Aquela posição
destemida de Lins na questão dos bispados acarretou-
lhe demissão do cargo. Vencera o fanatismo religioso;
sobrepunha- se a intolerância ao direito intangível
de um democrata. E sobrava razão a Lins: o governo
não podia dar ao clero, de mão beijada,
terrenos e dinheiro do Estado.
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Uma
vez demitido, Lins não se deixou abater pela sanha
intolerante. Colocou suas energias na indústria.
Venceu. Tornou- se milionário. Mas o dinheiro que
amealhava facilmente como ele próprio dizia --
era um depósito que lhe fazia Deus para o distribuir
aos pobres, através do Espiritismo. Fez- se banqueiro
dos desafortunados!
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Era
simples e sem vaidades. O que mais se admirava em Artur
era o triunfo do seu Espírito sobre uma das mais
terríveis provas a que uma criatura pode submeter-
se: a riqueza! Rico, mais do que rico, opulento, Lins
de Vasconcelos venceu galhardamente o fascínio
do ouro, esmagou o poderio que a fortuna traz, afogou
no nascedouro os gozos efêmeros que o dinheiro carreia.
A moeda que lhe vinha dos negócios era destinada
às creches, a orfanatos, a albergues, a sanatórios,
a escolas, a revistas e a jornais doutrinários.
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Há
lindos lances, de puro Cristianismo, na vida de Artur
Lins de Vasconcelos, mas relatá-los seria, por
certo ferir a humildade do nosso querido irmão
desencarnado. Basta chamar- lhe: Banqueiro dos Pobres!
É um título magnificente que milhões
e milhões de desencarnados gostariam de possuir.
Arthur Lins de Vasconcelos obteve esse título em
vida, abençoado por milhares de bocas!
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Lins
de Vasconcelos não se empolgou com seus sucessos
mundanos. Fez, isso sim, da riqueza material, instrumento
para a realização do Bem. Foi bom, vestindo
os desnudos, dando de comer aos esfomeados, instrução
e educação aos que dessa assistência
precisavam.
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Tendo
desencarnado em S. Paulo, seu corpo foi para Curitiba--cidade
que tanto amou -- e em cujo solo desejava que sua matéria
repousasse no dia que o Pai o chamasse. Seu pedido foi
satisfeito. Assim, no Jardim em frente ao Pavilhão
Administrativo do Sanatório Bom Retiro, no bairro
do Pilarzinho, em Curitiba, encimado por uma pedra simples,
mas que revela bom gosto, na qual há uma placa
de bronze com expressiva inscrição, foi
inumado o corpo do querido companheiro de ideal espírita,
aquele que tantas lutas sustentou ante a incompreensão
dos homens, para que a Doutrina dos Espíritos demonstrasse
ser capaz de transformar as criaturas desajustadas em
seres com capacidade para amar o próximo, assim
como Jesus nos amou.
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A
Federação Espírita do Paraná,
que tantos benefícios recebeu de Lins de Vasconcelos,
prestou- lhe ultimamente significativa homenagem, dando
seu respeitável e inesquecível nome ao educandário
que naquele bairro mantém, no momento, funcionando
com o curso ginasial, o Instituto "Lins de Vasconcelos".
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