Wanderlino
Arruda
Saber,
saber fazer e querer fazer, áreas
fundamentais do ensino e da aprendizagem,
formam - no conjunto de cabeça,
coração e mãos -
a simultaneidade da vida humana. É
impraticável o conhecimento sem
a experiência e quase impossível
a experiência sem a emoção,
sem as provas do gostar e do não
gostar, desafios marcantes para a evolução.
Sem estes princípios, que nos seguem
no entendimento e nas ações,
deixaríamos de ter o fruto principal
do ser e do estar na vida. Vivendo abertamente
a fé, vivendo por nós mesmos
e pelas outras pessoas, mais perto estaremos
do provisório e do eterno. É
pelo estudar e observar a espiritualidade,
é pelo sentir e agir que fruímos
a essência do amor, o real caminho
para a auto-superação. Isso
no real e no imaginário.
Estou filosofando e dizendo tudo isso
depois que li, com o máximo interesse,
cada palavra, cada frase dos originais
de CONDENADO Á MORTE PELA DNM.
Acompanhei com o carinho e o cuidado de
leitor e crítico, de início
ao fim, vivendo cada etapa, cada opinião,
cada expressão de disciplina e
de amor à vida, demonstradas pelo
autor Hélio Vilela Barbosa. Tudo
fruto da sua capacidade de pensar e idear,
tudo um desenhar de fé consolidada,
que só a consciência de eternidade
pode imprimir. É um cântico
de louvor a Deus, o dispensador da paciência
e da confiança que a nossa doutrina
espírita sempre nos ensinou e ensina.
Digo mais: apesar de tudo, de todos os
problemas, o Criador concedeu e concede
ao meu amigo e companheiro Hélio
Vilela o privilégio do raciocínio
e da emoção, tudo distinguido
por três ideais de máxima
firmeza: a fé na imortalidade,
a disciplina militar e a generosidade
do Rotary. São três forças
imensamente grandiosas que lhe permitem
atravessar tão difíceis
momentos, mesclando fraquezas e forças
ao mesmo tempo, impossíveis para
muitos, mas perfeitamente factíveis
para a sua experiência imortal.
Fundamentada nos princípios da
Doutrina Espírita, no Manual de
Procedimento de Rotary International,
nos regulamentos do Exército e
em vários autores de pensamentos
positivos, o livro reflete uma madureza
de espírito, uma abnegação
sem limite. É acima de tudo plataforma
de bom exemplo, arauto de fé sincera,
uma forma de dizer que sempre será
possível tirarmos lições
e aperfeiçoamento espiritual no
educandário do mundo. Simultaneamente
com a dor, vem a oportunidade de compreender,
edificar e, sobretudo, auxiliar a outros
com o próprio testemunho. Perfeito
sentido de vida e amor, graças
a Deus!
Sem ter como finalidade a autobiografia,
o livro de Hélio Vilela conta-nos
toda uma trajetória de vida, os
esforços continuados para estudar,
atender a diretivas profissionais do militar
e do professor, a manutenção
da família, a educação
dos filhos, o cultivo das amizades e do
companheirismo. É uma fotografia
segura de quem soube absorver ricos conteúdos
da doutrina espírita e da filosofia
rotária, ambas com vasto repertório
de conhecimento e livre arbítrio
para o progresso. Constitui também
uma consciente valorização
das experiências na geografia e
na história, mercê das aprendizagens
em várias partes do território
nacional e em meio de importantes e decisivos
acontecimentos que mudaram nossa pátria.
Importante ressaltar que o foco principal
do autor é a orientação
de que nunca devemos perder a esperança,
mesmo em face de desajustes na saúde,
como no caso da esclerose lateral amiotrófica,
doença injusta e solerte que, sem
pressa, mina em muito a resistência
humana. Assim, o saber dos passos para
o diagnóstico e as terapias possíveis
é uma grande ajuda na diminuição
dos incômodos. Mais do que tudo,
o quanto os profissionais da área
e a família podem ajudar o doente
e eliminar difíceis problemas da
doença. Ressaltem-se ainda as possibilidades
da busca alternativa da cura, ou pelo
menos a redução do sofrimento,
no que a fé sincera e racional
muito pode ajudar. Nesse ponto, o autor
fala do dr. Bezerra de Menezes e do professor
Eurípedes Barsanulfo, expoentes
majestosos da medicina espiritual, com
uma intimidade que nos encanta.
Tenho por mim que o exemplo maior do meu
companheiro Hélio Vilela é
o de nunca ter deixado de receber em sua
casa as pessoas que lhe são caras,
ou de ir ao encontro delas em múltiplos
lugares, seja em eventos familiares, de
vizinhos ou mesmo de amigos e companheiros.
Assim, o sítio, o Rotary, a casa
espírita, até a viagem de
férias têm sido propícios
para a sua alegria e emoção,
além de marcar o exemplo áureo
de quem sabe muito bem louvar a vida.
É determinação do
autor chegarem os resultados financeiros
deste livro às instituições
de pesquisas sobre doenças neuromusculares.
Graças a Deus, nem ele e Regina,
nem os filhos precisam desses recursos.
Pouco ou muito, serão valores doados
de coração, um bem quer
marcará a trajetória de
muitos estudiosos. Será uma exaltação
do amor e da bondade, ao mesmo tempo socorro
e ajuda à glória de viver.
Assino este prefácio como um privilégio
e um ato de maior justiça à
qualidade do livro e à grande importância
humana do dileto amigo e companheiro Hélio.
Que o nosso Pai Celestial nos permita
ainda por muito tempo a alegria da vida
e o seu convívio amoroso e gratificante.
Que a Isabella, os doutores Leonardo,
Luciana, Mauro Vidigal, assim como outros
expoentes da área da saúde
que vierem ainda no tratamento façam
todo o possível para diminuir os
desconfortos. Muito diz o texto que o
Hospital Madre Tereza tem sido também
um excepcional aliado. Nem falo dos familiares,
porque estes, tanto quanto podem, estão
permanentemente ao seu lado, principalmente
a sua querida Regina, a esposa dedicada
durante toda uma vida. Que Deus o proteja
muito e sempre, meu caro Hélio
Vilela Barbosa.
Instituto Histórico e Geográfico
de Minas Gerais