Minha noite está cheia
de tristezas
desenha insônias no meu
travesseiro
risca lágrimas pelo meu
rosto
rouba-me luas.
Minha noite é um manto
escuro
que nem me aquece.
Entope de solidão minha
garganta
esfarinha estrelas na minha cabeça
e nem me ilumina.
Minha noite violentou-me a mulher
e adormeceu-me a menina.
Eterna Mulher
Me
deu vontade de te escrever
me deu vontade de ex-marido.
Me deu vontade de ver
teu rosto esquecido.
Meu deu vontade de sentar no meio-fio
e chorar
por tudo que a gente não
conseguiu.
E chorar sobre cada corte
com que a gente se feriu.
Me deu vontade de pegar
de repente, na sua mão.
E de te chamar de amor
e de gritar a nossa imensa,
desastrada solidão.
Porque eu vou ser sempre, meu
amor
a despeito de tudo que se quer
sua única, eterna e verdadeira
mulher.
Às Vezes
Às
vezes, escrevo como quem canta.
Às vezes, escrevo como
quem dói.
Ás vezes, escrevo como
quem ama
e às vezes, como quem destrói.
Ás vezes, escrevo sangrando
às vezes, escrevo feliz
ás vezes, fazendo de conta
que é verdade o que eu
não fiz.
Ás vezes, escrevo cansada
de tanto, tanto escrever
E às vezes, não
escrevo nada
que valha a pena eu reler.
Ás vezes, escrevo menina
às vezes, escrevo mulher
às vezes, cumpro uma sina
que esqueço num canto qualquer.