Meu pensamento voa livre
quando me entrego aos
devaneios e me deixo levar
pela imaginação...
Construo castelos de ar,
castelos de areias...
castelos reais...
Nos meus sonhos mais secretos,
fantasias do meu tempo
de menina, num castelo encantado,
num mundo mágico,
num cenário imaginado,
eu vou te encontrar!
Transporto-me e então...
pensamento solto ao vento, {
eu te invento...
crio-te na moldura certa
do meu sonhar...
e, embalada pela fantasia,
faço você meu príncipe,
meu guerreiro, meu homem,
meu menino...
idealizo você ao meio:
íntegro e poeta, frágil e forte,
doce e selvagem,
assim feito em partes...
para se encaixar,
na medida certa,
às minhas metades!

Eu sei...

Eu hoje queria fazer um poema
apenas para você...
Um poema apaixonado,
inflamado,
meio em forma de canção,
que contasse em versos
loucos, coisas que não sei dizer...
e mais não sei o que!
Um poema falando da saudade,
da tua ausência... tão presente
nas minhas horas vazias de você...
mas... não sei porque!
Um poema que tocasse o teu
coração e que o fizesse
enternecer...
mas... não sei com que!
Um poema seguro, maturo, que
te atingisse com a força das palavras
ditadas pela insensatez, contra
a voz do bom senso e da razão...
mas... não sei para que!
E então eu fiz este poema...
e eu sei porque...

Oásis

Um dia você chegou... e qual oásis escondido no deserto
dos meus dias, na minha vida entrou...
Passou tão rápido que quase nem pude te
sentir, mas deixou o rastro do teu perfume,
aroma que até hoje não pude esquecer...
Lembro ainda do teu sorriso, do teu ímpeto de
menino, do teu jeito tão especial
e encantador de ser...
Não pude esquecer dos braços que me enlaçavam
e, em total linguagem de posse, colavam,
com tamanha avidez, o teu corpo ao meu...
Lembro tão bem daqueles beijos que pareciam
sugar a minha alma, que domavam o meu coração...
e revelavam a fragilidade do meu corpo que,
impotente diante de tão intensa sensação,
se entregava em total rendição...
Ainda relembro com saudade, as carícias
e a cumplicidade que envolviam os nossos momentos
de mais sublime enlevo... corpos e almas
entrelaçados na mais completa fusão!
Entendi que aquele amor, há tanto tempo
procurado, estava em você, finalmente, concretizado...
Só não fui capaz de entender que aquele
mundo tão bonito, feito um oásis florido, era
apenas uma ilusão... um sonho que estava
apenas de passagem...
Não fui capaz de entender que, muitas vezes,
um oásis não passa, na verdade,
apenas de uma miragem...

Revolução e mim...

Mudei sim... e não foi apenas no vestuário...
mudei meu modo de agir, fiz uma revolução em mim...
Não mudei apenas o corte de cabelo, eu atravessei a rua...
mudei de calçada... cansei do velho cenário,
tracei meu novo itinerário!
Demiti a rotina que, sorrateira, de mansinho foi entrando
e de repente já se achando... tão dona de mim!
Dei um basta à solidão, resolvi gostar de mim...
e me dar de presente um mundo diferente...
ou aquele mesmo que outrora havia em mim...
Moldei uma nova aura, renovei meu visual
com a cores da poesia... mudei a estação do rádio,
decidi ouvir novas melodias!
Vou em busca novamente daquele meu jeito de sorrir,
aquele antigo ar de ser feliz...
Mais audaciosa, quero voltar a sentir na pele
o calor do sol... deixar o vento esvoaçar os meus cabelos...
me embebedar com o encanto viril da natureza, deixar meus
sentimentos fluirem em correnteza...
caminhar sob o luar, sentir a sensualidade
da noite, andar pela praia, abraçar a brisa do mar...
Quero voltar a ser criança, dançar ao som das
cirandas, crescer bem devagar...