Quero
ver-te
sentir-te perto
num sorriso aberto
libertar a saudade
encontrar a verdade
no teu amigo olhar.
Quero num instante
de emoção e de medo
livrar-me dos grilhões
dessa fantasia paixão
com a qual ataste
as minhas mãos.
Quero olhar no teu olhar
calar ao ouvir-te
chorar diante do teu riso
só p'ra me libertar.
maio de 1979 - reginacélia
- ailecaniger
Livro "Sublimação"
O
amor
O
amor tem seus próprios
caminhos,
ele chega... assim devagar...parece
brincadeira,
sorri, talvez,... ou quem sabe
lamenta, inventa,
oferece, se nega, busca, foge,
...
e de repente como louco desvairado
em guerra surda, luta sem armas,
de peito aberto, se entrega, se
mata,
para depois fugir...quem sabe
com nojo
do próprio sangue que derrama
no leito da terra não virgem,
esquecendo-se que o ventre que
se abre
não é o da vaidade,
que se poupa,
que se nega, mas sim da mãe,
que afaga, que se doa,
simplesmente porque sabe amar.
O amor está no olhar que
relutante se afasta.
Talvez no sorriso que espontâneo
se dá.
Talvez na palavra de conforto
que se oferece,
na frase do que pede auxílio,
ou, ... na mão que aberta
se estende
num gesto amigo.
Sou feliz
Como eu sou
feliz!!!
Oh deus!... Oh deus do amor...
vieste, até que enfim vieste
deitar-te nestes meus lençóis
de seda que te estendo...
onde nossos corpos gemeram
e arfaram ao som indelével
da música de nossos desejos...
Oh deus do amor...vieste ao meu encontro
e me deste o prazer máximo
aquele que de ti esperei uma vida.
Mas valeu... amor...vida de minha vida...
amor... deus majestade
acordaste-me do meu sono..
do sono de "Majestade Estática".
Um dia, há um tempo distante
estendi-te as flores do meu pranto,
forrei tua cama com as pétalas
desfolhadas de minhas esperanças.
Fugiste... Magoada, cantei-te
em versos perdidos em noites frias...
mas hoje te tive em meus lençóis,
onde falei-te de amor...
te possuí e me possuíste,
e esquecidas quero deixar as flores..
que um dia ao léu lancei..
Vem meu deus... amor de minha vida..
meu dono... meu rei... que para ti
quero ser eternamente "RAINHA".
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