Ana Merij
De saudades eternas...
Violetas
continuam na janela
roxeando
as asas de minhas saudades
Em
meus caminhos...
Buganvílias
choram lágrimas em carmim
Sua
ausência é cinza ...
Eternidades...
Dentro de mim!
Ventanias
Vento
por favor ... não vente agora
Tenho
um sonho nas mãos
Não
quero que vá embora.
Deixeque
apague os vazios
e
aqueça minhas horas mortas
Vento
por favor...
Fique
do lado de fora!
Uma lágrima
que cai
Uma
lágrima cai...
quando
espio a beleza.
Um
sorriso...
me
invade quando um pássaro me conta de seu ninho.
Meu
coração canta...
quando
a lua conversa comigo.
Minha
alma se enfeita..
quando
as estrelas me invadem com seu brilho.
Estremeço
com o colorido da palheta do arco-íris.
Danço
na sinfonia da brisa.
Velo
a folha criança de minha Avenca que nasce.
Quedo-me
diante os Traçados do Amor
Rendo-me
a Grandeza da Vida
Nada
mais preciso.
Só
isso:
O
Permanente Susto
E
...
Morrer
Velha de Uso!
Fecundada
pela Esperança
Fecundada pela
esperança
germino sementes
de alegrias
de bem me quer
de lírios brancos
de buganvílias
gestação dorida
quando parir
volto a vida
enfeitada de
cores
na alma guirlanda
de flores
nas mãos...
escolhidos amores
parte de mim se contorce
parte de mim se
resigna
pra não virar bicho
bebo na fonte da
tolerância
devoro infindáveis pai
nossos
mastigo milhares de
ave marias
tem dias que viver
é o avesso do avesso...
de qualquer poesia
Saudades
de mim
Levei
para o mar lembranças
cerzi com algas...
o coração roto
por dores ...
já tão esgarçado
nas mãos da brisa marinha
entreguei memórias
despida de histórias
vazia...
nem
velha
nem nova
o que faço de mim agora
Gemidos
Gemidos
de memórias rasgam
a
partitura dos blues
em lá menor...
quedo-me
Nos
sustenidos de tua ausência
soam
lamentos
murmúrios
mudos
fundos
mundos
de
nós dois rumos
resíduos
de tempos
agudos
fusos...
profundos
Dicotomia
de rotas
Meu
corpo...
ainda
solfejando suas notas.