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Wanderlino
Arruda
A idéia de fazer
cidades irmãs as
duas Brasílias, a
de lá do Planalto
Central e a de cá
deste sofrido setentrião
de Minas, só podia
ter saído da cabeça
de Luiz de Paula, o nosso
escritor, industrial, compositor
e fazendeiro, que, todos
os dias, em manhãs
e tardes, reserva um bom
naco de tempo para filosofar
e empreender revoadas poéticas.
Realmente foi do Luiz a
invenção,
as providências, o
trato diplomático
da união de Brasilinha
e de Brasília-DF,
a pobre e a rica do seu
coração, uma
porque terra do seu pai,
outra porque ajudou a fazer,
politicando e pagando impostos.
Foi assim que a terra de
Haroldo Lívio tornou-se
irmã da capital de
JK, com todos os direitos
de papel passado, documento
com assinaturas do então
governador José Aparecido
e do prefeito Francisco
Simões, testemunhado
por Oscar Niemeyer e pelo
próprio Luiz de Paula.
Tudo começou com
o discutido e aprovado em
uma reunião da UNESCO,
em Paris no dia 7 de dezembro
de 1987, quando Brasília
foi consagrada como patrimônio
Cultural da Humanidade,
primeiro bem contemporâneo
considerado monumento das
novas gerações.
A notícia, que circulou
o mundo, acabou aterrissando
na inteligência do
Luiz e, tome lá poesia,
veio a idéia da proposta
ao governador Aparecido,
num telefonema de muita
ansiedade:
- Chegou a hora de fazer
justiça, meu caro
Aparecido, é preciso
que a grande Brasília
dê as mãos
a nossa Brasilinha, e cumpra
as promessas de Juscelino
e entrelace todos os corações
e sejam as duas cidades
um bom exemplo de fraternidade!
- Só se for agora,
Luiz. Você tem toda
razão, venha cá
com urgência. Hospede-se
comigo, vamos muito conversar!
E Luiz foi, sentou-se com
Aparecido, tomaram uísque,
recordaram velhos casos
de Minas, falaram de cachaça,
de licor de pequi, de doces
caseiros, de umbu, dos nossos
saudosos políticos
honestos e, como não
podia deixar de ser, do
chamego do governador para
com as coisas do Norte-mineiro,
entre elas Brasília
de Minas. Foi um bom encontro
de amizade e sabedoria,
com largos sorrisos, final
definidor de data de ida
de Luiz e do prefeito Chico
Simões a Brasília
foi chamada para assinatura
de um protocolo histórico.
Tudo muito mineiro e poético!
Cinco são os itens
de sustentação
documental, considerando:
a)
a consagração
de Brasília pelo
UNESCO, como Patrimônio
Cultural da Humanidade,
em 7 de dezembro de 1987;
b) a vocação
pioneira da Capital, sonhada
desde a Inconfidência,
e conquistada pela vontade
inabalável, e a visão
histórica do presidente
Juscelino Kubitscheck;
c) o uso do nome Brasília
para a capital da República;
d) o gesto bonito da comunidade
norte-mineira, que compartilhou
o seu nome com Capital Federal,
passando logo a chamar-se
Brasília de Minas;
e) afinal, as duas são
cidades irmãs não
apenas no nome, mas também
nos compromissos de civilização
e modernidade.
Por
isso, resolvem incentivar
e aprofundar a cooperação
entre ambas nas áreas
sócio-econômica
e cultural, reivindicando
a imediata pavimentação
asfáltica do trecho
da estrada entre as cidades
São Francisco e Unaí.
Para fechar o entendimento
com chave de ouro, o Prefeito
de Brasília de Minas,
no dia 21 de abril, à
frente de delegação
de cidade-irmã, inaugurou
placa comemorativa, em local
indicado pelo arquiteto
Oscar Niemeyer, perpetuando
as circunstâncias
e a história da bonita
união. Um lindo final
feliz!
Instituto Histórico
e Geográfico de Minas
Gerais
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