Wanderlino
Arruda
MONTES
CLAROS, VOVÓ CENTENÁRIA
é a canção do
primeiro século de independência
da cidade. É o marco da inteligência,
de fé e de amor, cadinho da
ternura de Luiz de Paula, fruto de
importante momento da nossa história.
É a síntese sentimental
de um moderno trovador, menestrel
da cultura, doação vida
à nossa realidade e aos nossos
sonhos. A força desta canção
é entrelaçamento de
duas existências, de Luiz de
Paula e da cidade, ambos sensíveis
ao eterno e ao efêmero, misticamente
voltados para tudo que inspira e cheira
saudade e afeição. Mais
do que uma prece à meiguice
do sangue, MONTES CLAROS, VOVÓ
CENTENÁRIA é um grito
de sagrada paixão pela terra
e pelo povo.
Decorridos hoje, mais de cinqüenta
anos do Centenário, impossível
descrever o entusiasmo, o afeto e
o carinho com que a cidade comemorou
os duzentos e cinqüenta anos
de sua fundação e os
cem anos de criação
do município. Foram sete dias
de festas, em que praticamente todas
as famílias abriram suas casas
para receber montes-clarenses saudosos
vindos de todos os quadrantes da pátria.
Em cada praça, em cada rua
ou avenida, em cada lar, a alegria
do reencontro, o abraço emocionado
de velhas lembranças, o eclodir
sincero da mais pura devoção
a um local abençoado por Deus.
As pessoas se abraçavam, dançavam
e cantavam, cultuando o passado e
extravasando esperanças. Era
a transformação de cortejos
em alegorias de amenas certezas, uma
doce e gostosa gratidão ao
berço natal. Feliz de quem
teve a sorte de viver naqueles dias
neste santificado Arraial de Nossa
Senhora da Conceição
e São José das Formigas,
tudo tão Montes Claros.
A canção MONTES CLAROS,
VOVÓ CENTENÁRIA, que
a inspiração de Luiz
de Paula transformou em hino de lirismo
e vibração para velhos
e jovens, foi o elo emocional necessário
para tornar o momento inesquecível,
iluminando recordações
e fazendo cintilar o porvir. A gravação
de setenta e oito rotações
feita na época, hoje guardada
como relíquia, incrustação
material no espaço afetivo,
depois, em nova técnica, se
fez presente e reativou nova onda
de sentimentos bons, principalmente
quando comemoramos o sesquicentenário,
ano passado. Atualizada, cantada com
o encanto da voz de Carlos Galhardo
e do Quarteto em Cy, bem orquestrada,
foi a garantia de perenização
de um dos mais altos instantes de
nossa tão querida Montes Claros,
ontem e hoje idolatrada.
Instituto
Histórico e Geográfico
de Montes Claros