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Theodomiro Paulino, Um Sucesso

Wanderlino Arruda

Minhas primeiras lembranças do jovem Theodomiro Paulino datam da década de cinqüenta, nem vou dizer o ano, quando éramos bancários na Rua Doutor Santos com Padre Augusto, ele do Banco Comércio, eu do Hipotecário. Ele bem mais novo, bem mais elegante, muito mais bem vestido. Mais bem vestido – tenho certeza – não era por ele ter mais dinheiro, porque o nosso salário era exatamente o mesmo, ou seja, o salário mínimo. A elegância de Theo vinha de um incrível bom gosto que ele sempre soube cultivar, uma atitude quase religiosa do bem parecer, quem sabe até herança do seu avô Theodomiro Alves Ferreira Paulino, modelo de cidadão em todos os sentidos. Praticante de esportes, bonitão, sociável, realmente muito bom em passos do twist, Theo, tinha todo direito de ser o jovem cheio de sonhos e de planos que é até hoje, num tanto de nobreza e majestade.
Ao jornalismo cheguei primeiro do que Theo, quando o professor José Márcio de Aguiar me indicou para O Jornal de Montes Claros, ocupação de todas as horas fora do banco e da escola. Theo só apareceu em tempos do Diário, de Décio Gonçalves e Júlio de Melo Franco, substituto quase constante de Márcio Figueiredo, colunista que passou a escrever na onda de A. R. Peixoto e Lazinho Pimenta. Ainda na fase de só assinalar batizados, noivados e casamentos, Theodomiro Paulino foi praticamente o primeiro a ir atrás das notícias, ver os acontecimentos sociais de perto e de dentro, um autêntico repórter. Foi acompanhante diário dos jovens jornalistas que faziam a cobertura da polícia, da política, do futebol, das exposições. Enquanto muitos viviam de recortes ou de telefone, ele preferia o olho no olho da realidade, o calor dos acontecimentos. Nunca fraquejou, jamais se sentiu vencido. Nunca!
Consciente de que a vitória nunca pode ser individual, sua invenção do barzinho Theo’s House, do outro lado da Avenida Plínio Ribeiro, foi a forma que encontrou para melhorar a renda, a sua e a de sua família. Bar e restaurante, o Theo’s House veio para organizar o circuito social dos muitos amigos, que até então só se encontravam no Clube Montes Claros ou na boate da Praça de Esportes. Foi a oportunidade e a possibilidade para a gente boa curtir elegância com descontração, boa comida, coquetéis atraentes, cerveja mais que gelada, bons refrigerantes, vinhos de qualidade. O Theo’s House foi durante quatorze anos um local de referência e garantia de fino trato, ambiente de respeito acima de tudo. Lá estiveram também prefeitos do interior e das capitais, deputados, governadores, ministros, banqueiros, capitães de indústria, artistas, intelectuais famosos. Dias e noites inesquecíveis, encanto para jovens e menos jovens!
Theodomiro Paulino tem sido, ao longo da vida, um colecionador de vitórias, um assegurador de êxitos, um detentor de sucessos. Muitos foram os momentos de alegria, mas talvez o maior tenha sido um convite da Luftansa para visitar Paris, que era e é a cidade de todos os sonhos. Isso mesmo, Paris, a cidade em que ele morou durante quase um ano, quando fez um curso de comunicação na Fundation Universitaire - com patrocínio da Unesco - e à qual voltou muitas vezes, inclusive uma ao lado de Dona Dina, sua mãe, quando conheceram as principais cidades da Europa e da Ásia e chegaram a visitar o Vaticano, a Terra Santa e a basílica de Lourdes, onde Nossa Senhora apareceu a Santa Bernadete e onde Dona Dina chorou de emoção. Hoje é difícil de contar quantas viagens Theo fez pelo Brasil e pelo exterior, seu passaporte o mais carimbado desta terra de Figueira.
Personalidade marcante, profissional respeitado e da mais alta qualidade, amigo dos amigos, educado, sensível, tem como marca principal a competência, a honestidade e a independência. Mestre em tudo que faz, Theo mantém o seu universo jornalístico diário no Jornal de Notícias, no Hoje em Dia, na TV Gerais, além de importante espaço na Revista Tempo. A marca definitiva está no luxuoso livro THEO UMA VIDA, riqueza de informações, quase setecentos fotografias de alta resolução. Membro fundador do nosso Instituto Histórico e Geográfico, detentor de várias medalhas da expressão municipal, estadual e federal, o filho de Dona Dina chegou para marcar definitiva presença em tudo e em todos os lugares por onde passa. É ao mesmo tempo, narrador e personagem. Querido e admirado, é aplaudido sempre!

Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros