A
pessoa humana é sempre aquilo que armazena consciente
e inconscientemente nos complexos mecanismos do seu espírito
imortal. São os instintos do animal ou as aquisições
humanísticas, os anelos da beleza, o suor do trabalho,
ou as emoções de menos elevação
que lhe fazem os caminhos da existência. Interesses,
aspirações, tormentos íntimos, sonhos
de grandeza, desprendimentos, esforços, tudo forma
o construir de posições que carregamos pela
vida afora, nem sempre no papel de heróis. Mas, quanto
mais depurada a alma, mais possibilidades de gerarmos o bem
o bom e o agradável, tornando-os simpáticos
aos que respiram nosso convívio e suportam-nos o que
ainda nos resta de deficiências e problemas. É
por isso que o progresso tem de ser legítimo, nunca
prescindindo da elevação moral haurida nas conquistas
da inteligência e ao amor, dos sentimentos e da fé.
Hoje,
estamos diante e dentro de uma noite dedicada à educação
e à arte. Hoje, neste local sagrado de beleza, a nossa
Academia se reúne de modo festivo mas muito responsável,
para levantar vivas e loas a três mulheres encantadoras,
legítimas representantes do ensino e das letras, da
palavra falada e escrita do magistério e do jornal,
da prosa e da poesia, do discurso formal e do relato histórico.
Hoje, nós quase que estamos a completar o nosso quadro
social, trazendo para este soladício a nobreza e a
distinção: três notáveis mulheres,
Heloísa dos Anjos Sarmento, Iêde Ribeiro Christova
e Ruth Tupinambá. Graça chegam aqui para viver
e sonhar, acalentar vontades de uma emoção artística
que só a amizade e o companheirismo sabem e podem alimentar.
Não haveria melhor razão para um momento de
festa e de ternura!
Heloísa
dos Anjos Sarmento, mulher de grande energia vital, dedicada,
estudiosa dos problemas do ensino, guerreira da educação,
amada-amante do trabalho, nós lhe apresentamos as boas-vindas
com os olhos cheios de amor-amizade porque gostamos muito
de você, muito sabemos da sua capacidade de aprender
e ensinar, da sua sábia consciência de convívio,
do quanto você valoriza o bom entendimento. Mente ativa
independente, enérgica, responsável, muito poderá
fazer por nossa Academia. Sua experiência de professora,
diretora, delegada do ensino, conferencista, elaboradora de
projetos, redatora de assuntos técnicos, comunicadora
de todas as horas, muito será útil ao desempenho
de nossos trabalhos. Seu toque de arte nas letras tem o sentido
prático e dinâmico de que todos nós necessitamos.
Quem sabe ensinar com a maestria do seu saber muito poderá
fazer pelo semelhante, agora por seus pares, companheiros
do mesmo ideal.
Iêde
Ribeiro Christova, campeã de formação
acadêmica nos campos das letras e da pedagogia, professora
de muitos títulos, beletrista, poeta, fiscal do saber,
orientadora de mestre e de alunos, seja bem vinda à
nossa Casa. Os que continuam a viver a saúdam com toda
a força do coração. Iêde Ribeiro
Chistova, constantíssima no amor e no estudo, mãe
e mulher do mundo das artes, sílfide dançante
no vapor de luminescências de tintas e vernizes, de
dicionários e tratados de teoria literária,
seja bem vinda. Iêde Ribeiro Christova, susceptível
e generosa, experiente e afeiçoada a tudo que inspira
a arte, você tem todas as qualidades de líder
conscienciosa, firme, equânime, jamais perdendo oportunidades
de aprender e ensinar. Mulher que doma e sabe ser domada,
esta Casa, agora é toda sua. Nós a recebemos
de braços abertos.!
Ruth
Tupinambá Graça, que beleza de mulher! Um grande
e luminoso coração, cheio de sabedoria e amor.
Que belo sentimento de montes-claridade! Uma saudosista apaixonada
por tudo que esta terra teve ou tem de romântico, de
bonito e de charmoso. Uma memória privilegiada que
é um desfilar de encantos, translúcidos sonhos
de mocidade a gratificar venturas, a solidificar luzes de
carinhos e de amizades!
Ruth Tupinambá Graça, também pedagoga,
também professora, também mãe, filha
e irmã do saber escolar, supervisora do quando, do
onde e do como instruir a juventude. Que grande historiadora,
com que graça ela escreve em nossos jornais! Uma vez
no Elos Clube, eu disse que cabe a ela, Ruth Tupinambá
prosseguir a tarefa e o gênio de Hermes de Paula, na
historiografia de Montes Claros, ela que pesquisa com amor
e sabe das coisas como ninguém, ela que redige com
clareza a uma suavidade de invejar! Agora, na Academia Dona
Ruth, não há outro caminho a seguir, mãos
a obra no rumo da História. Montes Claros coloca-se
à sua espera, faz vênia à sua passagem.
Coloquem em letras de forma o nosso passado! Esta Casa é
toda sua. Esperamos à disposição, não
se faça de rogada!
Senhoras e
Senhores, a Academia é isto: um desfile de emoções,
um despontar de todas as alegrias, um coroamento de êxitos
buscados no sofrimento dos estudos e no cadinho do trabalho.
Só o esforço enobrecido estende o poder do
amor. Aqui, quem ensina o que aprende, aperfeiçoa
o aprendizado, numa constante e bela interação
que nem a morte, pode extinguir. Antigos acadêmicos,
companheiros de tertúlias, mesmo na viagem maior
da eternidade, voltam na condição de patronos,
a energizar o sentimento artístico, a inspirar responsabilidades.
Por tudo isto, nesta hora de abraços e de apertar
de mãos, todos nós, acadêmicos e amigos,
saudamos estas maravilhosas mulheres que chegam ao nosso
convênio.
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