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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
Educadora, cobrou-me até o último centavo, quando partilhamos e na relação das pessoas que, por circunstâncias adversas,
um amigo a quem eu emprestara seu carro o bateu. se cruzam na nossa caminhada. Olho este público e vejo meus irmãos
O amigo deu o cano, daí que meu salário de office-boy Patrocínio tão queridos e entre eles os que pra mim já se fizeram de
era todo pra pagar o conserto, numa lição que aprendi. pai, assim como, os que também adotei como filho tamanha as nossas
diferenças de idade e a necessidade de darmos uns aos outros mãos,
Mas mais incrível e inesquecível foi essa mana fabulosa ombro e colo; vejo os agregados desta família de origem, nos quais
também ter sido uma Mãe para mim, com seus talentos, cunhados, sobrinhos e as novas gerações deles decorrentes, cuja frater-
como argúcia, visão e firmeza, e com suas tecnologias, nidade se estende eternamente entre nós na relação de pertencer e do
como afeto, amor e compaixão, me salvando e erguendo! bem-querer; vejo representantes da minha infância, juventude e dos
tempos de universidade, o que me faz retornar à minha querida Mon-
Por essas e muitas outras, o que há já de estar óbvio não tes Claros onde está a base da minha existência. Chego aos tempos
custa mesmo assim dizer: Zelinha é benignidade em pessoa! de Sergipe e vejo a Família Seixas, que mais que cunhados e amigos
Seu nome é música pros meus ouvidos! E sua lembrança, também se fizeram meus irmãos, tamanha a acolhida que sempre me
uma carícia no meu, eternamente, grato coração! deram, com muito carinho e consideração. Das famílias por extensão,
vejo os colegas-amigos de trabalho do INCRA e da CODEVASF, os
quais, em irmandade, convivemos grande parte de nossas vidas numa
FELIZANIVERSÁRIO!!!!!”
relação de cumplicidade e de comprometimento pela causa pública.
Dos dias atuais, vejo a Família da Igreja, onde juntos, na inspiração da
Finalizando os discursos, Zélia apresentou palavras emociona-
das de agradecimento que transcrevo aqui para deleite do leitor: espiritualidade, procuramos meios de servir a Deus e ao próximo. Por
último, na extensão do meu ser, está a Família que constitui: o meu
esposo e companheiro de quatro décadas, os filhos dele que também
“QUERIDOS FAMILIARES E AMIGOS, adotei como sendo meus, os filhos que gerei, criei, eduquei e que me
são dádivas do céu, junto aos netos que, na virada da curva, nos fazem
Ao projetar o convite para este Encontro de 70 anos, nele me revigorar na energia e na alegria.
expressei que “celebrar o dom da vida com as pessoas que amamos é
o melhor presente de aniversário”. E que presentão de Deus eu estou Obrigado a todos por me prestigiarem e me propiciarem tama-
recebendo com a presença de todos vocês que vieram até aqui - uns de nha alegria! Da sensação dos Setenta Anos, o que posso me expressar
a vocês? Me sinto leve, pois ainda não reflete nos meus ombros o peso
perto e outros beeem de longe, do sul e do norte, do leste, do oeste e da terceira idade. Olho para trás com gratidão porque a vida foi gene-
de todo o lugar do Brasil.
rosa para comigo: tive pais zelosos, honrados, guerreiros e o calor de
Vejo e sinto todos vocês como a minha grande família, porque uma família sempre unida; tive oportunidades de estudo e de traba-
família não é só a de sangue e de relação genealógica, mas também lho. Cresci, caminhei com minhas próprias pernas, me afirmei e sem-
aquela que por extensão construímos no dia a dia, nas relações de vi- pre me senti estimada e reconhecida. Encontrei meu amor, constituí
zinhança, de estudo e de trabalho, nas relações das comunidades que família, tive filhos, plantei árvores e, se ainda não escrevi um livro, as
escritas que em alguns espaços já foram publicadas valem por ele...
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