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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros                              Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
          ainda muito nova, mas logo entrou na dança. Durante muitos anos,                               pacificava os espíritos e reinstaurava a razão,
          Zelinha atuou como uma segunda mãe da nossa numerosa família, es-                              pondo fim aos conflitos e às incompreensões;
          pecialmente quando mamãe ficou viúva e, mais tarde, teve um AVC.
          Que o digam Tião, Graça Donério, Roberto e Márcia, irmãos mais                                 Zelinha, que por um sem-número de motivos
          novos. Zelinha era toda ouvidos e olhos para eles. Como pedagoga,                              morará sempre nos nossos gratificados e mui
          desenvolveu uma técnica para apartar brigas de Donério e Roberto.                              gratos corações, no cantinho deles onde amor,
                                                                                                         amor, amor, junto com carinho, é só o que há;
               Toda essa azáfama não a impediu de trabalhar fora e, ao mesmo
          tempo, fazer o curso noturno de Economia.
                                                                                                         Zelinha, enfim, nesta data querida, em que seus
               Essa qualidade de cuidadora cuidadosa se intensificou ao longo                            fãs apaixonados loucos estamos para abraçá-la
          dos anos. Quão felizes e privilegiados são o Dalmo, os filhos, os netos,                       e adorá-la e cobri-la de beijos e afagos, permita
          os enteados, as noras e o genro da Zelinha, em tê-la como esposa,                              que por um instante sua lindeza ímpar eu cante.
          mãe, avó, madrasta e sogra.
               Ergamos, pois, um brinde de gratidão à aniversariante Zelinha.                            Doce menina que ao nascer podia ter-se chamado
          Viva a cuidadora cuidadosa de todos nós.”                                                      Benigna, pois, convicta da fé que Dário e Ditinha
                                                                                                         nela tinham, obrou Nossa Senhora do Patrocínio
               Mais abraços e beijos entre os irmãos. E ainda foi feita a leitura                        para que uma filha lhes nascesse benigníssima!
          de uma linda poesia composta e enviada para a aniversariante, pelo
          nosso irmão Roberto, o único que não pôde comparecer por motivo                                Outro seu nome, mana querida, conforme bem sei,
          de força maior:
                                                                                                         é Maestria! Eficácia e eficiência eram já marcas suas
                                                                                                         quando você estreou como profissional: professora
                                                                                                         particular de Carlos Ariosto, surdo-mudo osso duro.
               “Para Zélia
               ZELINHA CHEIA DE LUZ E GRAÇA
               Por Roberto Patrocínio                                                                    Por falar em epítetos, acaso lá em Moccity você era
                                                                                                         chamada ou me chamava por apelido carinhoso?

               Zelinha aniversariante cheia de luz e graça,                                              Pai me chamava de Berrrrtão, mãe, de Rob. Afinal,
               plena de glória, transbordante de felicidade,                                             foram eles ou o Lim quem apelidou-a de Zéulinha?
               quem lugar cativo no céu já tem garantido, só
               faltando ser decidido de qual lado de Deus Pai;                                           Zélia Patrocínio e, com efeito, Patrocinadora! Quem
                                                                                                         com o paquera me levava a parquinhos e, nos meus
               Zelinha mais nova setentona, irmã terníssima,                                             dezesseis, levou-me ao mar e me deixava rodar com
               quem em nossa casa, por um dom muito seu,                                                 seu Fusca azul, o qual com gosto eu lavava e polia.


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