Wanderlino
Arruda
É
um alívio imensamente feliz,
a certeza de estar vivendo,
num mundo feito por Deus,
um mundo natural, que ainda existe
mesmo quando não podemos ver
o vizinho do outro lado.
Gosto do cantar dos passarinhos,
bem entendido, dos passarinhos livres,
que podem voar e sobrevoar,
aqui, ali, em toda parte,
e onde se sintam bem,
donos do ar, do vento, do céu.
Um trinado de passarinhos
faz de uma manhã a sedução,
mais do que humana, quase divina,
azul, celestial, solo de claridade.
Canto de passarinho não tem só
música:
tem luz, tem movimento,
tem cor, tem brilho,
diria mesmo que é perfumado,
de cheiros silvestres do meu sertão.
Academia
Montesclarense de Letras