Sylvia
Abrahão
Saudades de você
Olhar
distante,
coração atento
às caricias do amante.
Doçura, alento.
Mãos macias a navegar
meus sonhos,
minhas fantasias,
meu ventre.
Já não sou,
Me desfaço
da liturgia do espaço,
para a leveza do sonho.
Um vôo. E na luz,
a fusão de nossos corpos
num ritmo fugaz e nus.
Volúpia dos sentidos,
Grito, choro, sorrio ,
E você, deixa o seu rio
no meu infinito
num abraço que das.
Sonho.
Silêncio.
Paz.
Te amo.
Eu
te espero
Eu te espero,
para desfazer estas lembranças
tristes que eu chamo de saudades.
Elas insistem em anular-me diante
da vida.
Invadiram meu céu de sonhos,
levaram-me a esperança
de novamente te ver.
Cegaram-me das visões das
coisas belas:
do riso, das flores, da chuva,
e do encanto das estrelas no céu,
das mãos fortes, das carícias
leves,
das palavras doces que me enlouqueciam,
dos inesquecíveis, beijos
do seu amor.
Te espero
Para dizer-te, que mesmo na tua
ausência eu te sinto,
e que eu não desfiz os
laços do amor que ainda
existe,
e que nenhuma distância
é capaz de levar você
de mim.
Te espero,
para nos teus braços,
pedir-te: - Perdoa-me,
por nunca deixar de te amar
Tinha
fogo e me queimou
Diga-me
por favor como começou
o abraço doce que nos enlaçou?
O primeiro, disso me lembro,
foi agora em novembro.
Foi breve, logo se acabou.
Mas tinha fogo e me queimou.
Sons suaves, belos matizes,
leves cicatrizes.
Tudo isso na alma ficou.
Como faço?
Eu não sei,
como vai ser
quando te ver
de face ruborizada,
tal menina assustada.
Eu não sei como esconder,
o desejo de um novo abraço,
para não deixar apagar
as cicatrizes,
que na alma ficarão.
Elas me serão como ninho
de perdizes,
abrigando o meu e o teu coração.
Não esqueça do meu
abraço.
Aperte o mais que puder.
E quem sabe? Me faça mulher.
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