Reivaldo
Canela
Grão
de areia
Qual
grão de areia fina que
a corrente
rola ao sabor das águas
caprichosas,
no debater, em fúria de
demente,
eu só encontro escarpas
pedregosas.
Por
que lutar, Senhor Onipotente;
sonhar com alvas praias dadivosas,
se esparso grão, em vida
conflitante,
aguardam-me as funduras copiosas?
Nascer,
chorar, lutar, fingir sorriso,
num procriar de amor fugaz, ligeiro,
fechando os olhos ver-se o Paraíso...
E
na careta em que transforma o
riso,
jamais ousando ser, sequer, fagueiro,
escuuros abissais, em breve piso...
Realização
Eu
já vivi - prováveis
- muitas vidas;
neste Planeta ou em galáxias
mais.
E mesmo crendo, sim, várias
havidas,
viver feliz assim - juro! - jamais.
Se
tenho um tudo, as côdeas
bem supridas;
riquezas e valores? Por demais.
E as arcas recheadas, perseguidas,
as abro, as escancaro aos vendavais...
Nas
côdeas transbordantes, tenho
amor,
riqueza em abundância: sentimentos,
arcas enchendo de real fervor.
E
desconheço - atesto - o
ódio, a dor.
Eu tenho Shirley, mais quatro
"rebentos";
eu tenho, pois, o Céu a
meu favor.
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