Saudade
– Livro
Wanderlino
Arruda
NORDESTE
– Nordeste das sécs,
polígono de paisagem de
simplicidade e singeleza, ao mesmo
tempo pobre e rica de contrastes.
Nordeste que parece, mas não
é monótono, monocromático,
porque possuidor de linhas bem
demarcadas, fortes e sensíveis
como o próprio sofrimento.
Sol e solo de alta temperatura,
cálidos, escaldantes. Só
se assinala o verde quando em
oposição aos tons
do ocre-amarelo, do laranja de
terra dourada. O muito negro afronta
o excesso de luz, derramando sombras
por toda parte. Nordeste de cactos
e longes serras, suavidade profunda,
distâncias sem fim até
aonde não pode chegar a
vista. Terra e natureza mortas,
vegetal morto, morto o animal.
Nordeste, mais fim do que começo,
a não ser o começo
da fuga constante, da tristeza,
da eterna dor do sempre buscar
o algo que não se encontra.
No primeiro plano, junto ao espectador,
à presença da morte,
a ausência da vida, que
se foi. Nordeste...
SAUDADE – Há um sentimento
que deve existir no coração
de toda criatura humana, seja
ela de qualquer raça, de
qualquer parte do mundo, seja
pobre, seja rica. É o sentimento
da saudade. A saudade que não
escolhe, não discrimina,
não se faz de rogada para
existir. A saudade que vem de
mansinho ou vem fortemente, chega
quando menos se espera. A saudade,
amiga da solidão, companheira
inseparável do amor, visita
invisível da amizade, às
vezes pedaço de paixão,
em muitos casos suave perfume
de momento de carinho e ternura.
Não é fácil
definir o sentimento de saudade.
E é talvez por isso que
ela só exista, como palavra,
na língua portuguesa, na
semântica quase mística
do povo de nossa raça,
principalmente do brasileiro,
esta maravilhosa mistura de sangue
tropical, fruto de três
origens, a branca, a negra e a
tupi. Saudade é dor que
sufoca o coração
e alegra a alma. Saudade é
a presença do ausente.
Saudade é a lembrança
do bem querer, um doce convívio
com a distância, uma alegre
e agradável tristeza do
ver-não-vendo, do amar
sem o objeto do amor...
LIVRO – Luz da evolução
de toda cultura humana, de todo
o conhecimento que serve de alicerce
e de construção
da história. Livro edificante
é sementeira divina, que
elucida o passado, aclara o presente
e prepara o futuro. O livro é
o instrutor do espírito,
o médico da alma, o amigo
do coração, esclarecendo,
amparando, consolando e tudo muito
bem, porque sem exigências,
sem ritos, sem ruídos.
Companheiro devotado de todas
as horas, da saúde e da
doença, o livro é
o arquiteto do bem, fonte inesgotável
de bênçãos
de ensino e sabedoria. O livro
é arquiteto e construtor,
sol da claridade do dia e estrela
da paz noturna, árvore
e fruto, flor que perfuma e engrandece.
Claro que estou falando do bom
livro, o positivo, o bonito, o
bem feito, o livro mensageiro
do bem!