Edmilson,
serviço de utilidade
Wanderlino
Arruda
A
cidade existe para servir às
pessoas ou as pessoas existem
para servir à cidade? Afinal,
quem é dono de quem? Quem
é mais importante, Montes
Claros ou seu povo? Que um depende
do outro, ninguém duvida,
porque só a colaboração
de cada habitante, o grau de interesse
pelos problemas, a busca de solução
particular ou geral, o elo de
amor de cada um poderão
marcar pontos positivos no progresso
e na humanização
da nossa vida, de jovens e mais
idosos, de pobres e ricos, de
conhecidos e de desconhecidos,
todos donos de uma fração
desta antiga Vila de Formigas.
Por outro lado, a cidade não
pode ter vida própria fora
da vida dos seus moradores, longe
do interesse de cada família,
de cada estudante, ou de trabalhadores
ou mães de famílias,
de técnicos ou de simples
artistas dos minutos de beleza
que o dia-a-dia nos oferece generosamente.
A cidade de Montes Claros, na
verdade, somos todos nós,
com todas nossas alegrias e tristezas,
nossa pressa, nosso trabalho,
nosso interesse às idas
e vindas; os enganos e desenganos,
a amizade dedicada e recebida;
a concorrência em todos
os campos da vida, a seriedade,
necessária para fazer o
mundo melhor. Não se pode
desligar a cidade do cidadão.
Quando alguém se isola,
por comodismo ou por incompreensão,
alguma coisa fica em débito
na contra-corrente do progresso.
E não falo do progresso
só material, do desenvolvimento
de pedra e cimento, tijolos e
de asfalto, de mio fio e de muro
cercando lote vago. Falo principalmente
da argamassa psíquica de
alegria e gosto de viver daquela
sensação gostosa
de morar numa cidade onde o humanismo
seja a maior bandeira, onde o
bicho-homem represente o geral
e o particular, uma espécie
de fio de ouro que ligue a terra
ao céu.
A meta tem de ser o homem. E quando
falo em homem, quero representar
bem o sentido bíblico de
criatura, sendo homem a generalização
de todas as raças e posicionamento
na sorte, de crianças,
velhos, mulheres, moças,
homens jovens ou maduros. Não
deve haver nenhuma discriminação,
pois todas criaturas de direitos
e deveres distribuídas
pela Criação para
o desempenho de papéis
no eterno drama da existência.
Cada indivíduo é
um universo com todas as suas
implicações no campo
da sensibilidade. Ninguém
é realmente uma ilha; todas
as nossas vidas se encontram entrelaçadas;
apertemos ou não mutuamente
nossas mãos lisas ou calejadas,
sujas ou limpas.
Há muita gente trabalhando
para o bem geral desta cidade
de Montes Claros. Mulheres que
se santificam no trabalho do ensino
e do amparo social; na enfermagem
e na higienização
das ruas, na criação
dos filhos, no preparo dos alimentos
ou nos balcões de lojas
e mesas de bancos e de escritórios.
Há homens que lutam e se
aperfeiçoam: que correm
suados ou se assentam para busca
de organização da
própria vida em comum.
Há profissionais que vivem
para o cumprimento do seu dever,
convivendo com a disciplina e
gerando com seus próprios
meios a felicidade desejada.
Quero destacar um profissional
de função pública
que há muito venho observando
sua dedicação e
carinho no trato diário
de seu trabalho. Lúcido,
atento, gentil, tem tido na dura
luta pela vida só atitudes
de tornar tudo mais gratificante
para si mesmo e para as pessoas
a que serve por obrigação
e parece, por prazer. Trata-se
do guarda que o Décimo
Batalhão colocou em serviço
nas imediações do
Grupo Escolar D. João Antônio
Pimenta e do SESC. Sua atuação
tem sido impecável e as
crianças o adoram e têm
por ele um grande respeito e amizade
o que é bom e agradável
para ambas às partes.
Faço justiça, terminando
esta crônica com o seu nome:
Edmilson Oliveira Paz, soldado
e homem público.