Seja como for, o tempo urge e passa... A ansiedade, ontem agasalhada, converteu-se em acontecimento agora passado.

      As expectativas e receios mantidos no passado, hoje se tornaram fatos que se demoram na memória entre júbilos ou dores, conforme as suas gêneses.

      A infância risonha cede lugar à adolescência exuberante, que a idade da razão brindará à velhice e à morte do corpo, caso o seu inesperado lance não ocorra antes...

      Desse modo, constitui atitude de sabedoria, em qualquer época e circunstância, atuar no bem.

      A ação maléfica deixa a amargura no caminho e assinala quem a executou, despertando-o, próxima ou futuramente, para a coleta de dissabores.

      O excesso, de qualquer natureza, no presente, resulta, embora a ilusão do momento, em distúrbio futuro.

      Somente o amor ao dever, ao bem, dá segurança para que o tempo transcorra sem passar, tornando-se um formoso presente, feito de ontens e de amanhãs repletos de luz.

      O que faças no bem, faze-o com amor.

      O amor que ofertes, doa-o ao bem.

      Todo bem com amor acende claridade inapagável, que felicita.

      A vida ficaria destituída de sentido e de significado não fosse o amor ao bem.

      Quem alcança o acume da montanha, bendiz o terreno conquistado e repousa no altiplano rico de beleza, sem dúvida, após o esforço envidado.

      A montanha do bem é conseguida através dos passos seguros da ação do amor.

      Não te permitas que as horas passem diante de ti, sem que as enriqueças de amor e de bênçãos.

      Se não podes ser uma estrela, faze-te pirilampo.

      Se não consegues mudar o mundo, transforma-te a ti mesmo.

      Se não logras a libertação de todos, libera-te dos vícios que te escravizam.

      Se não podes ser o pão que repleta as mesas, constitui-te grão de trigo e confia no futuro.

      Sê ponte entre vidas, pessoas e acontecimentos nobres.

      Nunca te faças pedra de impedimento. E se, por acaso, fores como esse mineral, deixa-te acomodar no alicerce do bem em favor do templo para a felicidade geral.

      O tempo, em verdade, não passa...

      As criaturas, sim, passam pelas horas, sendo o resultado do uso que façam dos sessenta minutos de cada uma delas.