“Andai enquanto tendes a luz, para que as trevas não vos apanhem; pois quem anda na s trevas não sabe para onde vai.” (João 12:35)
A palavra misericórdia tem origem latina, é formada pela junção de miserere (ter compaixão), e cordis (coração). “Ter compaixão do coração”, significa ter capacidade de sentir aquilo que a outra pessoa sente, aproximar seus sentimentos dos sentimentos de alguém, ser solidário com as outras pessoas , ou seja, sentir a miséria do outro no próprio coração.
Não resta dúvida que a evolução da espécie humana, no tempo e no espaço, sempre foi um misto entre a sombra e a luz . Horas andamos nas luzes e horas percorremos em trevas. Andar e percorrer não é possuir.
Desse processo, resultará a edificação do reino de Deus em nós. Somos compelidos , muitas vezes, a julgamentos e condenações imprecisos , precipitados e descaridosos, típicos de espíritos imaturos e infantis.
Espíritos em evolução que temporariamente esquecem como agem a dor e as imperfeições, frutos do livre arbítrio, assim nos afastando, num instante de rebeldia, das luzes que tanto almejamos. “Misericórdia quero, e não sacrifícios” e as palavras D’Ele ecoam no tempo!
*O ato de julgar o outro é marca de espíritos pouco evoluídos e nada sensíveis aos processos de burilamento do Ser Imorta*l, esquecido das advertências do Cristo: “Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra.”
A Justiça Divina chama a todos para a reabilitação diante das Leis de amor e pela Divina Misericórdia somos beneficiados por essas mesmas Leis, tendo oportunidades valorosas de ajustamentos éticos, morais e espirituais , por isso a benção da reencarnação. Se pudéssemos explicar de maneira mais fácil a dádiva da reencarnação descreveríamos ouvir a voz de Deus dizendo: “ Vai Filho, vive mais um dia para acertar as pendências que ficaram no ontem!”
O trabalho incessante no bem é recurso dos mais preciosos para a iluminação de nós mesmos.
A luz trazida pela Mensagem Imortal do Amor é sinal extremo da Misericórdia Divina que aguarda possamos retribuir o amor com gestos de amor.
Sentir as misérias do outro no próprio coração é buscar recursos divinos em nós e espalhar as sementes pequeninas da misericórdia nos corações ressequidos pela dor e sedentos da água da compreensão.
Para iluminar os porões da nossa individualidade mister se faz viver diariamente com a perfeita consciência do Deus que existe em cada um de nós. Lembremos as lutas, as edificações e assim como do carvão mineral pode-se extrair o diamante puro, fulguremos nossa luz na forja do destino a fim de marcharmos com o Criador amando e sentindo a intimidade do coração do próximo.
AGIR COM HARMONIA NAS DIFERENÇAS
De um modo geral, nosso grande problema, nas relações pessoais, é que desejamos que os outros sejam iguais a nós.
Em se falando de amigos, desejamos que eles gostem exatamente do que gostamos, que apreciem o mesmo gênero de filmes e música que constituem o nosso prazer.
No âmbito familiar, prezaríamos que todos seus membros fossem ordeiros, organizados e disciplinados como nós.
No ambiente de trabalho, reclamamos dos que deixam a cadeira fora do lugar, papel espalhado sobre a mesa e que derramam café, quando se servem.
Dizemos que são relaxados e que é muito difícil conviver com pessoas tão diferentes de nós mesmos. Por vezes, chegamos às raias da infelicidade, por essas questões.
E isso nos recorda da história de um menino chamado Pedro. Ele tinha algumas dificuldades muito próprias.
Por exemplo, quando tentava desenhar uma linha reta, ela saía toda torta.
Quando todos à sua volta olhavam para cima, ele olhava para baixo. Ficava observando as formigas, os caracóis, em sua marcha lenta, as florzinhas do caminho.
Se ele achava que ia fazer um dia lindo e ensolarado, chovia. E lá se ia por água abaixo todo o piquenique programado.
Um dia, de manhã bem cedo, quando Pedro estava andando de costas contra o vento, ele deu um encontrão em uma menina e descobriu que ela se chamava Tina. E tudo o que ela fazia era certinho.
Ela nunca amarrava os cordões de seus sapatos de forma incorreta nem virava o pão com manteiga para baixo.
Ela sempre se lembrava do guarda-chuva e até sabia escrever o seu nome direito.
Pedro ficava encantado com tudo que Tina fazia. Foi ela que lhe mostrou a diferença entre direito e esquerdo. Entre a frente e as costas.
Um dia, eles resolveram construir uma casa na árvore. Tina fez um desenho para que a casa ficasse bem firme em cima da árvore.
Pedro juntou uma porção de coisas para enfeitar a casa. Os dois acharam tudo muito engraçado. A casa ficou linda, embora as trapalhadas de Pedro.
Bem no fundo, Tina gostaria que tudo que ela fizesse não fosse tão perfeito. Ela gostava da forma de Pedro viver e ver a vida.
Então Pedro lhe arranjou um casaco e um chapéu que não combinavam. E toda vez que brincavam, Tina colocava o chapéu e o casaco, para ficar mais parecida com Pedro.
Depois, Pedro ensinou Tina a andar de costas e a dar cambalhotas.
Juntos, rolaram morro abaixo. E juntos aprenderam a fazer aviões de papel e a lançá-los, voando, para muito longe.
Um com o outro, aprenderam a ser amigos até debaixo d'água. E para sempre.
Eles aprenderam que o delicioso em um relacionamento é harmonizar as diferenças.
Aprenderam que as diferenças são importantes, porque o que um não sabe, o outro ensina. Aquilo que é difícil para um, pode ser feito ou ensinado pelo outro.
É assim que se cresce no mundo. Por causa das grandes diferenças entre as criaturas que o habitam.
A Sabedoria Divina colocou as pessoas no mundo, com tendências e gostos diferentes umas das outras.
Também em níveis culturais diversos e degraus evolutivos diferentes.
Tudo para nos ensinar que o grande segredo do progresso está exatamente em aprendermos uns com os outros, a trocar experiências e valorizar as diferenças.
(Redação do Momento Espírita)
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