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Felicidade Patrocínio
Cadeira N. 20
Patrono: Camilo Prates
MARINA LORENZO FERNANDEZ SILVA
E A MÚSICA EM MONTES CLAROS
N ão é uma biografia. Tão pouco ofereço dados curriculares de
sua vida. Ainda não.
Trata-se apenas da tentativa de expressar uma presença lumi-
nosa, num espaço temporal da minha vida. Ela surgiu como um facho
de luz ali na rua Dr. Veloso, na década de sessenta. Era impossível
aproximar-se dela sem ser contaminado pela emoção maior, a emoção
da experiência do BELO. O BELO produzido pelo homem; a ARTE,
daquela arte que aos meus olhos e, ao meu sentir, é a maior expressão
da humanidade: A MÚSICA.
Eu, entre menina e moça, ganhei do meu pai, poeta e músico
nato, um acordeon que urgia ser tocado. Busquei aquele novo espaço
que já se denominara Conservatório de Música e foi lá que vi com
olhos de carne, uma fada real – aquela imagem deslumbrante formada
na minha imaginação de criança e que a idade da razão já desvanecia,
de uma mulher linda, que esvoaçava-se com os pés acima do chão e
que retinha todo o saber e mágicos poderes a favor do Bem e da Bele-
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